português                 Esperanto                                                                                                                  
Minha tia-avó queixou-se à distante família, por telefone, de que o computador que ganhou no último Natal não satisfez a sua carência de afeto, principalmente agora, quando, passado mais de um mês do presente, os ausentes reduziram quase a zero os e-mails que inicialmente mandavam para ela. Ela disse que passa horas e horas de frente para a máquina, à espera de uma mensagenzinha de nada, mas nada... Ela disse que já cansou de mandar mensagens para os desatentos, mas ninguém responde uma linha sequer. 
Para não se deprimir, ela disse que passou até a responder às mensagens de um tal de Mail Delivery Subsystem, segundo ela, o único que lhe manda mensagens quase a toda hora, em resposta a suas súplicas virtuais por notícias, por qualquer contato. Ela disse que não entende nada do que ele fala (“deve ser gringo”), mas que, mesmo assim, responde as mensagens desse amigo misterioso. Ela sente que ele está carente de dizer alguma coisa, porque ele escreve demais, repetindo insistentemente algum drama pessoal. Aí ela responde também com algumas palavras, tentando consolá-lo, e assim vão trocando suas impressões, confidências, desassossegos... vão tentando conviver em suas carências, solidões, saudades.
Mia onklino-avino plendis per telefono al la malproksima familio, ke la komputilo, kiun ŝi gajnis en la lasta Kristnasko ne kontentigis ŝian seniĝon je amesprimo, ĉefe nun, kiam, pasinte pli ol unu monato post la donaco, la forestantoj malpliigis preskaŭ ĝis nulo la retmesaĝojn, kiujn ili komence sendis al ŝi. Ŝi diris, ke ŝi pasigas horojn post horoj antaŭ la maŝino, atende al ia ajn mesaĝeto, sed, ve, nenio... Ŝi diris, ke ŝi jam laciĝis sendi mesaĝojn al la neatentemuloj, sed neniu respondas ne eĉ unu linion.
Por ne deprimiĝi, ŝi diris, ke ŝi komencis respondi al la mesaĝoj de iu Mail Delivery Subsystem, laŭ ŝi, la sola, kiu sendas mesaĝojn al ŝi preskaŭ ĉiuhore, responde al ŝiaj virtualaj petegoj pri novaĵoj, pri iu ajn kontakto. Ŝi diris, ke ŝi komprenas nenion, pri kio li parolas (“certe li estas alilandano”), sed tamen, eĉ tiele, ŝi respondas al la mesaĝoj de tiu mistera amiko. Ŝi sentas, ke ankaŭ li bezonegas diri ion, ĉar li tro multe skribas, insiste ripetante ian personan dramon. Tiam ŝi respondas ankaŭ per kelkaj ajn vortoj, provante konsoli lin, kaj tiel ili daŭre interŝanĝas siajn impresojn, konfidencojn, afliktiĝojn... Ili ade provas kunvivi en siaj senhavoj, solulecoj, saŭdadoj. 
 
 
 

Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 04/02/2013
Reeditado em 28/02/2013
Código do texto: T4122528
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.