A DEMOCRACIA E O SER LIVRE

“Eu me sinto vazio e ainda assim farto/e o lugar mais frio do Rio é o meu quarto”. Parte da letra da música “Estou triste” do novo CD de Caetano Veloso.

Quanto a mim eu não estou triste, com certeza nem o cantor, é só poesia, mas tem muita coisa acontecendo que está me fazendo recordar do passado.

Têm os cinquenta anos da formação do clube da Esquina que me levou a comprar os CDs daquela turma, indo atrás também da música que foi um hino nosso e que mais identificou aquele período que foi “Coração de Estudante” de Milton Nascimento.

Têm também os cinquenta anos artísticos de Gilberto Gil.

O show do Led Zeppelin e DVD ocorrido em Londres depois de 27 anos separados.

A turnê já iniciada dos Rollings Stones em comemoração a também de 50 anos de estrada.

Milton foi um jovem cantor/compositor que soube como outros poucos caracterizar bem aquela época tão cheia de Sol, apesar de ser chamada a era de chumbo.

Por outro lado tem estes antigos “roedores da nação”, que finalmente vão ser alguns encarcerados. Estes que se achavam os líderes, “verdadeiros heróis” da democracia, mas que de democratas nada tinham a não ser a ânsia pelo poder a qualquer custo, inclusive com a vida de inocentes a fim de nos encarcerarem na cortina de ferro.

Simplesmente se achavam neste direito.

Seriam lutadores da democracia até elegerem o “partidão” que ai colocaria um ferrolho na porta que impediria até o mote “Brasil Ame-o ou deixei-o”, pois no comunismo nunca teve porta de saída e a única porta que sempre assim ficava aberta era a porta do cemitério, que no caso de Stalin e Fidel nem cemitério era, e sim valas coletivas de tantos mortos.

Por outro lado salve os nossos brilhantes músicos, que não perderam a graça, e continuaram com Inteligência e codinomes mandando seus recados até nós e pondo a ditadura na roda.

Foram os artistas como Gil, Chico (???? quem diria), Caetano e Milton, os maiores baluartes do período junto com outros, e não os radicais como Geraldo Vandré, os vencedores e com eles o povo brasileiro que soube passar aquele período conturbado do mundo sem tantos traumas como nossos vizinhos próximos, tanto os de esquerda como os de direita.

Comparado com os milhares de desparecidos do Chile, Argentina e até do nosso pequeno co-irmão Uruguai, que hoje ainda tem em torno de 3.000.000 de habitantes, mas que teve mais baixas do que o nosso país que tinha quase 50 x mais habitantes.

Foi vencedor o povo brasileiro que soube entender também a gravidade do momento onde as escolhas eram poucas para os países como o nosso, que ficaram no meio do campo de batalha da guerra fria.

Pena que ainda hoje, apesar dos tantos anos já passados, ainda tenhamos um congresso a bem dizer com a mesma qualidade do daquela época, ou seja, limpo como um galinheiro, não querendo aqui ofender os ocupantes dos galinheiros

Se alguém ainda tinha alguma dúvida se os guerrilheiros eram bem intencionados, os casos recentes do mensalão e petrolão, mostram que eles ainda hoje, com prazer, fechariam a porta de saída, calariam a imprensa e fariam do Brasil uma imensa prisão com todos nós vestindo os uniformes cinzas da “igualdade”, da igualdade não no nível superior da educação e da cultura, que eles não querem fazer esforço para alcançar, se sentem bem onde estão, pois nesta situação podem protestar, enquanto os dirigentes (todos acham que seriam incluidos nesta classe), iam ficar comendo caviar russo e fumando charutos cubanos.

Se soubessem o que os esperaria após passarem a Cortina de Ferro voltariam aos bancos de escola rapidinho.

"Livre só é o ser humano que vive nas leis de Deus! Assim, e não diferentemente, ele se encontra sem pressões nem restrições nesta Criação. Tudo o auxiliará então, em vez de lhe obstruir o caminho. Tudo o “servirá”, porque ele de tudo se utilizará de modo certo". Abdruschin em Na Luz da Verdade – www.graal.org.br