BOA ROMARIA FAZ QUEM EM CASA FICA EM PAZ

Nunca fui muito chegado ao Carnaval. Aprecio dançar ao som de uma boa orquestra, desde os tempos de rapaz, mas esse negócio de pular e gritar, suando e se acotovelando no meio da galera não é comigo.

Eu e a Maria Mari temos um casal de amigos, Marcos e Vera, gente da melhor qualidade, residentes em Cachoeira da Prata, interior bem próximo a Belô/MG, os quais nos convidaram a passar o período momesco com eles, familiares e amigos próximos e não pensamos duas vezes, afivelamos as malas e botamos o carro na estrada. Com pouco mais de uma hora de viagem, saindo da BR-040 e passando por estradinha sinuosa, em meio aos pequizeiros, araticuns, embaúbas e a vegetação característica do interior mineiro, chegamos e fomos festivamente recebidos pelos anfitriões.

O Cássio, nosso filho mais velho foi também com sua Adriana e a Nilza, sogra dele e irmã da Vera, a dona da casa. Estacionamos juntos defronte à bela residência do casal de amigos, a manhã estava linda, dia claro, ar fresco e o relógio marcava apenas 9,15 horas.

Após os abraços de boas vindas, sorrisos e manifestações de alegria, adentramos o solar onde um lauto café da manhã nos aguardava. Em torno da mesa botamos o papo em dia, as novidades mais recentes e, em seguida, o Marcos e a Vera nos intimaram a colocar trajes de banho, no que atendemos, caindo todos na piscina, enquanto a Maria, exímia cozinheira deles, cobria a grande mesa próxima à churrasqueira com os petiscos mineiros feitos por ela (torresminhos, linguicinhas, pão com alho, etc.), tira-gostos apetitosos, cervejinha gelada, espumantes, vinhos e pinga da roça para quem aprecia.

O tempo passava e outros parentes do casal chegavam, como o Geraldinho, sua Liliana e o filho César, este se recuperando de grave acidente sofrido anos atrás. Era admirável o imenso carinho de todos os familiares e amigos para com o César, de vinte e poucos anos, neto da Vera, o qual vem evoluindo bastante aos tratamentos. Mais um pouco e eis que chega o Alexandre, sua Viviana e filhos, vindos de Sete Lagoas, aumentando ainda mais a grande alegria reinante, eis que o “Alex” é emérito contador de casos e anedotas. Outro que adentra o recinto com sua mulher Vanessa e filhos é o Claudio, filho mais velho da Vera, o qual disputa com o “Alex” o posto de o mais hilário e engraçado do congraçamento.

Sol a pino, passando já do meio dia e todos ainda na algazarra à beira da piscina, agora curtindo um belo som da aparelhagem espetacular do Marcos, um “expert” em música, tanto as brasileiras como as internacionais, em bandas e conjuntos famosos, em cantores e artistas consagrados, como Roger Waters, Sting, Rod Stewart (do qual vimos, à noite, um “show” magnífico nos Estados Unidos, com sua banda integrada à uma fantástica orquestra executando clássicos americanos) e outros.

Aí vem a Maria e grita a plenos pulmões que o almoço está pronto, lá no fundo da casa, após a piscina, onde ela pilota um grande fogão à lenha:- cardápio escolhido, uma tremenda rabada com batata e agrião, arroz branco e feijão tropeiro! ... A turma vai fazendo seus pratos, acomoda-se à enorme mesa e vai saboreando a gostosa comida, enquanto aprecia as árvores frutíferas do imenso quintal, goiabeiras, mangueiras, pés de acerola, laranja, limão, jabuticabas e fruta-do-conde. O vento acaricia os cabelos das moças, sanhaços, bem-te-vis, tico-ticos, rolinhas, melros, beija-flores e um atrevido papa-mel esvoaçam aqui e ali, marcando presença no pedaço.

Após a comilança pantagruélica, alguns procuram os almofadões da ampla sala da casa grande, enquanto outros vão curtir um “vídeo-kê”, onde o Marcos, a Vera, Nilza e a Adriana mostram suas qualidades vocais, dando um verdadeiro “show” à parte.

Nesse ritmo passamos o sábado, o domingo, a segunda e a terça-feira de carnaval, quando, após o café da manhã, pegamos a estrada de volta a Bêagá, a fim de evitar o congestionamento da quarta-feira, saindo do paraíso e retornando ao inferno da cidade grande.

Os nossos sinceros agradecimentos ao simpático casal, Marcos e Vera, a todos os seus familiares e amigos, prometendo-lhes voltar em outras ocasiões (fomos intimados), desejando-lhes paz, saúde e alegria agora e sempre!... Como bem frisou o Marcos, ao abraçar-me na despedida:- “-Betinho, a vida é assim e o importante são esses momentos de pura amizade, descontração e alegria!” – Valeu, Marcão! ...

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B.Hte., 15/02/13

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 16/02/2013
Reeditado em 16/02/2013
Código do texto: T4143870
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