Amor tardio de minha vida

Eles se encontraram ainda jovens. Ele 25 anos e ela 19. De um “acaso” nasceu um sentimento maior, porém...

Porém, aquela menina de 19 anos, imatura, desconfiada da vida e de tudo, vinha com a alma dilacerada e sangrando.

Ele, no entanto, lhe ofereceu coisas mínimas, para alguns, mais máximas para quem recebe: amor, atenção, carinho, felicidade, alegria, cuidados.

Mas aquela “pequena-grande-mulher” estava atormentada, com feridas que sangravam ainda sua alma e não conseguiu deixar a desconfiança de lado, fruto do enorme sofrimento sofrido, para viver aquela história.

Passado algum tempo, pouco, mais suficiente para deixar indeléveis marcas, que foram entendidas após alguns anos, o romance acabou.

Preterido, ele caminhou em frente, tentava entender naquele momento, o que havia dado errado e porque não foi capaz de suavizar aquele sofrimento apenas com o seu amor, dedicação, carinho, afeto.

Os anos passaram e as feridas cicatrizadas, a felicidade encontrada em outras paragens, mas faltava algo para que ela pudesse, pelo menos, terminar de entender tudo aquilo.

Madura, formada em psicologia, dona de si, mãe, reencontrou aquele que um dia tinha entrado e saído de sua vida como um cometa, mas deixou rastros e marcas profundas e algumas coisas precisavam ser esclarecidas e faladas, foi quando disse que precisava deste gestalt.

Ele não entendeu a palavra e não sabia o significado de gestalt, mas desconfiava que tivesse haver com a psicologia, e fomos em frente, sem rodeios e com respeito que os ex deveriam ter.

Ela então com voz embargada disse um oi trêmulo e começou o seu gestalt: sem rodeios, apenas disse: “você foi o maior amor de minha vida...” e ele então interrompeu sua fala: por favor, não diga mais nada.