O ENGODO BRASILEIRO.

Chagaspires

Quando se fala em traição na História do Brasil; de imediato me vem à mente dois nomes: Silvério dos Reis da conjuração Mineira, e Domingos Fernandes Calabar por ter se aliado aos Holandeses em 1632.

A tentativa de revolta de natureza separatista ocorrida em Minas Gerais contra o Domínio Português cominou com a morte de Joaquim José da Silva Xavier, “o Tiradentes”; o único entre o grupo a ser enforcado e esquartejado.

Realmente Silvério dos Reis denunciou as autoridades portuguesas o movimento com a finalidade de obter perdão de suas dívidas para com a Coroa.

Já no caso de “Calabar”, há controvérsias de sua traição.

Mameluco de Porto Calvo, Alagoas então pertencente à Capitania de Pernambuco, onde foi preso por tropas portuguesas e garroteado, (Espécie de morte. O garrote era aplicado no pescoço da vítima, mantida imóvel, amarrada a uma cadeira),e esquartejado, como traidor, por ter passado para o lado dos holandeses e ajudado a Companhia das Índias Ocidentais na invasão a Pernambuco.

Segundo historiadores entre os quais citamos Jayme de Altavila Melo, (História da Civilização das Alagoas – EDUFAL, 1988).

Foram citados documentos daquela fase, que constam no Instituto Maurício de Nassau em Brasília, onde Calabar julgava o domínio holandês mais benéfico para Pernambuco e para o Brasil do que o português, que se achava naquela fase, dominado pela Espanha.

Esta conclusão tem por base a carta de Calabar a Matias de Albuquerque em que afirma: “passo para este campo não como traidor, mas como patriota...

Como homem tenho o direito de derramar o meu sangue pelo ideal que quiser escolher; como soldado, tenho o direito de quebrar o juramento que prestei enganado. Quisestes confiar-me um honroso posto na frente de vossas tropas. Recusei... Derramarei o meu sangue por uma causa que reputava santa e que, entretanto, era a da escravidão de minha pátria. (Jorge Neto, NAGIB, A literatura em Pernambuco,Comunigraf Editora, 2009).

Desta maneira, muitas coisas que nos foram repassadas na infância sobre a História do Brasil, nos livros escolares, só tiveram uma confirmação da verdade quando tivemos oportunidades de ler através de pesquisadores do assunto, muito mais tarde.

O começo das mentiras se iniciou com o Descobrimento, e até os dias atuais ainda continuam a enganar os nossos filhos e netos.