Seja Interessante

Madalena, uma mulher jovem, bonita, não tinha o corpo que a sociedade exige, mas estava satisfeita consigo mesma. Não tinha filhos, nem marido, nem, ao menos, casos... Mas tinha uma cadela a quem ela nomeou de Lola. Viviam felizes - na medida que podiam -, saiam para o passeio sempre que Madalena tinha tempo (pois esforçou-se tanto para estudar que sua vida transformou-se nisso e apenas, trabalhava de domingo a domingo, o dia quase todo, e, quando não estava no trabalho nem com a Lola, estava trancada estudando. Não tinha tempo para si mesma). Mas essas coisas não acontecem de surpresa. Ela ficou frustrada não conseguia (ou não queria) acreditar em quando a sociedade poderia influenciar os gostos das pessoas. Descobriu que o que ela mais achava que fosse importante era o que menos importava então, a partir daí, resolveu que antes se isolar de vez de uma sociedade medíocre que fazer ainda mais inimigos por falar a verdade. Aparentemente eram comercializadas pessoas, expondo-as ao ridículo, dizendo como deveriam se vestir, o que deveriam fazer, como o corpo deveria ser... As informações eram incompletas, só viam as que convinham. A cultura estava em falta. O gosto pela leitura era quase raro. As pessoas não se davam conta que estavam deixando de lado as coisas importantes, um banho de chuva, um brincar na areia, um ser você mesmo, uma boa leitura, um conhecimento a mais. E Madalena ficava indignada com isso; sua infância tinha sido preciosa demais para ser perdida. Madalena pensava consigo mesma: Meu Deus, as pessoas pensam que beleza interessa, esquecem que ser interessante vale muito mais a pena...

E foi vivendo, sozinha com sua Lola, até que, num dia de caminhada, achou 'ele' e o Marley. De acordo com o passarinho que de longe via tudo, eles formavam um casal perfeito, de longe via-se que tinham pensamentos compatíveis e tinham alma leve, por não se preocuparam com o que os outros pensam, por manterem viva a criança interior. E eu concordo com o passarinho...