CHARLIE BROWN

Fui buscar inspiração na música de Belchior, por mais paradoxal que pareça, para falar de "Charlie Brown".

Como falar de rock e ouvir música popular?

A nossa polida, MPB.

Na verdade, quero a poesia dos poetas mais loucos na sua verdade misturada com delírios.

Belchior não é louco, talvez não.

CHORÃO, tinha a rebeldia eterna dos jovens.

A alma cheia de juventude.

O coração de menino que se entregou aos prazeres do inferno.

Sem rumo, navegou pelo desequilibrio, enfrentando tempestades de fúria recheadas de calmarias em tempos de bonança.

Era a voz dos jovens.

A crônica da adolescência surgia em suas letras de teimosia, açoitando aquilo que se chama regra.

Sem limites, CHORÃO durante anos trouxe o amargo e o doce da juventude em descobertas, com suas canções abarrotadas de mentiras e verdades da imaturidade.

Apesar de quase cinquentão pela certidão de nascimento, sinto que agora vou começar a envelhecer.

Não tenho mais o elixir da loucura que me mantinha imberbe em poesia.

Charlie Brown se foi, levando consigo a fórmula mágica de misturar e eternizar palavras com música e arte.

Foi como um irmão jovem "mais velho"; cheio de conselhos.

Finalmente, vou enveredar por caminhos senis.

O céu agora não tem idade.

Começou uma revolução.

Vai CHORÃO... transforma os anjos em meninos!