Marco Feliciano- o cientista louco

Causou rebu a indicação do “pastor” Marco Feliciano do PSC, para presidir à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos. Representantes de minorias, gays e afrodescendentes, fizeram o maior barulho, em face à indicação, dadas, declarações infelizes, pretéritas, do dito deputado.

Um dos muitos cartazes dos manifestantes dizia: “Feliciano não me representa”. Bem, as negociatas de partidos vendilhões que recebem cargos em troca de apoio, sempre por interesses imediatos, nunca ideológicos, é comum demais.

Daí, termos as pessoas erradas no lugar errado e na hora errada, pode ocorrer seguido, dado o “modus operandi” desse monstro fisiológico chamado, “governabilidade”.

Afinal, os políticos são esses gênios do saber que entendem de tudo. Costumamos pensar, os reles mortais, que médico entende de saúde, educador, de educação, jurista de justiça, etc. Mas, qualquer apoiador do governo é “apto” para ocupar qualquer ministério, o que, geralmente acontece.

O que ocorreu com o Feliciano foi o azar de estar “sabendo” gerir uma secretaria onde criou desafetos, e os interessados costumam ser mais zelosos que o normal. Tivesse sido indicado para ministro das relações exteriores, e estaria tudo bem.

O que estou dizendo, pois? Que nem só ele é a pessoa errada no lugar errado, mas que ele, além de ser isso, é uma demonstração de inabilidade política dos conchavistas de plantão. Faltou raposice às raposas, e deu nesse barulho.

Dado essa exposição, veio à luz o que mais me incomoda. O pastor tem entre seu 20 (?) assessores, cinco “pastores” do interior paulista que recebem por lá mesmo, sem trabalhar.

Se essa obscenidade social; ter isso tudo, como assessoria não o incomoda, adotar a prática comum dos políticos de carreira, me envergonha. Já é infame aceitar a mamata de vinte apadrinhados, ainda que legal, pois é imoral; agora, esse desvio nos piores moldes da velha política, é que faz colocar a nobre função de pastor entre aspas, quando, cito ele, ou, os outros cinco.

Já disse noutro texto que considero a função de pastor mais nobre que qualquer cargo político; esses atinam a quatro anos de poder no governo humano; aquele, diz respeito a valores eternos, e deveria ser vitalício, se os “Esaús” pós-modernos não trocassem a primogenitura pelo prato de lentilhas com tempero típico de Brasília.

Se, ao menos, já que trocou a função pastoral pela política, agisse, como um político, ficaria melhor, menor o fiasco. Mas, ante os fatos, choraminga como criança, pede um voto de confiança, onde deveria pedir o boné.

Já que desceu do Sinai para dançar ao redor do Bezerro de Ouro, que dance conforme a música. Aquele populacho que se misturou aos israelitas durante o Êxodo, com um coração no Egito outro em Canaã, não foi a lugar algum.

Assim, de coração dobre, não serve à política, e envergonha a causa evangélica, que está assaz farta de “líderes” que lhe prestam desserviço. Nem dá para dizer que alguém assim, “coxeia entre dois pensamentos” , mas, é mero cientista louco, tentando produzir um híbrido animal, do cruzamento de pombo com jacaré.

“Quando minha escolha é consciente, nenhuma repercussão me assusta. Quando não é, qualquer comentário me balança.” José Eustáquio