O Dia da Poesia

No dia 14 de março, o Dia da Poesia, fui a um evento no Museu de Arte Assis Chateaubriand, na minha cidade, convidada por uma amiga que também escreve poesias e que curte o que escrevo e publico na Internet. Antes de ir, fiquei me perguntando se eu iria ser chamada para declamar, porque, pessoalmente, sou muito reservada e, embora eu já tenha assumido que escrevo e publicado livros, sinto dificuldades para me expor diante de muita gente e recitar em voz alta, porque não sei declamar. Sei mesmo é escrever. Resolvi não levar nada para não ser chamada mas, se me chamassem, eu diria algumas poesias minhas que sei de cor e uma de Manuel Bandeira.

Chegando lá, fui apresentada a algumas pessoas que me cumprimentaram e uma conhecida minha disse que eu era muito bem-vinda para ser presença constante em saraus e tudo o mais. Perguntaram se eu iria declamar, mas eu disse que não, por não ser hábil com oratória.

Começaram as declamações e eu vi que muitos lá punham vida em tudo que declamavam, o que me deixou realmente impressionada. Depois, apareceu a amiga que me convidou e nos cumprimentamos. A conhecida que dissera que eu era bem-vinda disse que queria muito me ver recitar porque eu tinha uma bela voz e a amiga, minha mãe e a coordenadora do evento tanto insistiram que tomei coragem e fui declamar. Disse meu nome, agradeci à amiga que me convidara e falei que não fora preparada para recitar, mas recitei um haikai e outra poesia e o poema Desencanto, de Manuel Bandeira.

Ao fim do evento, fui parabenizar cada um dos poetas e eles disseram que eu tinha ido muito bem e, com o tempo, acabaria perdendo o acanhamento e pegando o jeito.

Gostei do evento, mas não sei se, um dia, conseguirei ser declamadora. Embora eu ache bonito quem declame, tenho medo de fazê-lo e me tornar teatral demais. Mas, examinando tudo, é muito bom encontrar pessoas que apreciem a nossa arte e compartilhem conosco seus sentimentos. E comparecer a eventos assim nos ajuda a conhecer diversos estilos e sensibilidades.