O ESPORTE CLUBE RENASCENÇA

Fundado aos 15/10/1941 pela Diretoria da Companhia Renascença Industrial, imponente fábrica de tecidos erguida no bairro da região nordeste de Belo Horizonte, o “Velho Rena” tinha seu estádio “Cristiano Guimarães” (os “Eucaliptos”) ao lado da sede social, à Rua Botucatu, 177, cujo propósito era o lazer dos operários e a prática do futebol, esse esporte popular que faz parte da cultura do povo brasileiro.

Em 1961, vinte anos depois, o “E.C. Renascença” conquistou a COPA BELO HORIZONTE, com Gerson dos Santos, seu técnico e os jogadores:- Tonho, Celso, Dalmo, Negrinho, Coelho, Zeca, Piazza, Grilo, Luiz Carlos, Rafael, Robson e Joãozinho. Seu craque mais expressivo foi, sem dúvida, Wilson Piazza, um volante oriundo de Ribeirão das Neves, o qual passou pelo “Cruzeiro Esporte Clube” e chegou à Seleção Brasileira da antiga CBF, sagrando-se Campeão Mundial no México em 1970. Meu mano Silvinho também começou jogando lá, saindo para os juvenis do "Cruzeiro" e alcançando fama no "Vasco da Gama" carioca, de Brito, Fontana, Nado, Ney, Bianchini, Danilo Menezes e outros cobras.

Todo ano, na data comemorativa da sua fundação, o clube promovia um festival que se iniciava logo às 6,00 horas com o toque da alvorada. A seguir, uma corrida atlética em volta da fábrica, saindo da Rua Botucatu, 177, virando na Rua Paru, subindo pela Rua Caconde, virando na Horta Barbosa à direita e, novamente à direita, na Rua Botucatu até sua sede social.

Depois a galera ia festejar no gramado dos “Eucaliptos”, participando de jogos (quebra-pote, pau de sebo, corrida atrás dum porquinho todo lambuzado de muita graxa – quem o agarrasse levava para casa, saciando o apetite da mulher e filhos, corrida-de-saco, etc). Após o meio-dia um grande churrasco era feito e servido em pleno gramado, com muito chope e refrigerantes para todos, homens, mulheres e crianças. À tarde, uma partida de futebol entre o time principal do “Velho Rena” e um convidado da capital (Atlético, Cruzeiro ou América, um dos três grandes) e, à noite, um grandioso baile encerrava o festival de aniversário do clube, abrilhantado pela Orquestra do Brini, onde meu pai Constantino Rêgo pontificava ao saxofone. Eu era rapazinho, 19, 20 anos, e me deliciava com tudo aquilo, curtindo adoidado.

Hoje cedo, regressando de ônibus da cidade para o bairro, vi num ponto da Rua Curvelo, na Floresta, o antigo craque do “Rena”, Zeca (lateral) e sua mulher, a Jandira, ambos contemporâneos meus. O Zeca, aguerrido defensor das cores do “Urubu” (mascote do “Rena”), com quem joguei várias peladas de futebol de salão no ginásio do clube, deu-me a inspiração para esta crônica de agora, num preito de saudade daqueles bons tempos.

Como já cantava o velho Ataulfo Alves, nós éramos felizes e não sabíamos! ...

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B.Hte., 18/03/13

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 18/03/2013
Reeditado em 20/03/2013
Código do texto: T4195257
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