Quando um ACS bate em sua porta...

Desde criança temos a imaginação do carteiro batendo em nossa porta e trazendo as boas novas com cartas e entregas. Muita coisa mudou naquele cenário, e, aos poucos, outros profissionais foram fazendo parte do cotidiano das famílias. Um deles é o agente de saúde, que muitos, por equívoco, imaginam-no como mero coletor de informações, tais quais aqueles trabalhadores que estão a serviço do IBGE...

Acontece que, além da referida coleta das referidas informações, o agente de saúde estreita o laço entre a comunidade em que vive com a unidade básica de saúde, sendo, portanto, um verdadeiro porta-voz.

Da mesma forma, esse profissional deve ser dotado de um espírito de liderança, no sentido de mobilizar a sua comunidade nos assuntos relativos à saúde e bem-estar, tanto prevenindo doenças, como promovendo ações que vão minimizar os efeitos de doenças crônicas pré-existentes.

Deve ser do feitio do agente de saúde gostar de lidar com pessoas, por vezes, as mais diversas, com credos e filosofias de vida variadas, e gostar de comunicar, de interagir com a sua comunidade.

Esse profissional, que alia o saber popular ao saber científico, deve estar atento a sua malha de relacionamentos e construir uma verdadeira rede social real, que pode ser usada para mobilizar pessoas e comunidades para ações e educação de saúde pública.

Ainda é cedo para saber os reais impactos dos agentes de saúde na sociedade, mas um agente de saúde bem informado e comprometido com a sua causa, transforma-se em verdadeiro de agente de mudanças, tanto pela questão da confiabilidade que exerce nas pessoas, como por estar inserido no contexto das famílias que são acompanhadas.

Por fim, vale reforçar o agente de saúde como mais um membro da família, ou, por melhor, de várias famílias, às vezes centenas delas, já que faz parte do dia-a-dia de cada uma, não apenas trazendo novidades em saúde, mas apoiando, conscientizando e orientando a sua comunidade em políticas de saúde pública.