Beleza feminina

Que uma mulher fica bela com um quadril torneado, com uma marquinha de biquíni e com maquiagem, ninguém duvida. E, para completar, tem lá aquelas calças sexy que levantam o bumbum, com direito a modeladores, sutiãs, lipo e milhões de outros artefatos. Todas essas coisas fazem parte do universo feminino e do imaginário masculino. Por conta desse estranho e fascinante mundo feminino, muitos estudos comprovam que os homens são movidos por estímulos visuais das mulheres, pela geometria e pelo jogo de cores que são lançados aos seus olhares, de uma maneira hipnótica, por melhor, magnética. Sensíveis a esse contexto, inúmeras mulheres submetem-se a uma ditadura masculina, para fazer frente às concorrentes, e apelam para a obsessão da forma ideal. Convenhamos, estar bela (e bem vestida) é um excelente portfólio para um sucesso profissional e amoroso, conforme recomendam as cartas, mas isso é tudo? Será que não existe um preconceito nesses estudos? Ao poucos, percebemos que a corrida tresloucada pela beleza traz consigo conseqüências funestas, tais como um desenvolvimento superficial da personalidade, de valores e uma filosofia de vida errante. As mulheres estão ficando mais vazias. O único valor que lhes restam é o estético e percebemos que, apesar das conquistas históricas, estão mais influenciadas por valores distorcidos e por outras manobras midiáticas. Os resultados, todos nós sabemos, são traduzidos numa constante frustração feminina, em falsas expectativas e até num infantilismo. Mas beleza não é tudo nem um passaporte seguro para a felicidade. Há outras coisas em jogo e que podem ser fundamentais para uma relação duradoura (e para a vida). Claro que estou falando daqueles rapazes que querem algo mais sério e que esperam outras qualidades de suas parceiras. Todos nós sabemos que a beleza é algo dinâmico e que pode mudar conforme o passar dos anos, mas a bagagem intelectual de uma mulher, os seus valores (religiosos, éticos, etc.) serão essenciais para atravessar os tempos maturidade. O mesmo acontece com os homens que não cuidam de sua bagagem interior. Além de sexo, há muita coisa por se fazer numa relação a dois, desde dançar, conversar, viajar, ter filhos, participar de eventos sociais, etc. A beleza pode dar uma forcinha para ficar, para pegar, mas que um bom papo, atitudes e outros atributos são cruciais para uma relação duradoura. Posso estar “idealizando” alguns conceitos, mas, diga-se de passagem, que não se tratam de idéias, mas de valores. Da mesma sorte, estou ciente de muitas queixas e há muito por se fazer no cenário masculino. Mas é justamente essa bagagem interior que trará uma valorização da mulher, não apenas como um objeto de desejo, mas como um sujeito com sentimentos, ideais, opiniões e personalidade. Quem não gosta de uma mulher completa? As queixas de algumas mulheres, por causa do vazio interior, não são reflexas do mundo exterior, mas concerne o fato e o chamado para a mulher desenvolver a sua espiritualidade, os seus sentimentos e seu intelecto de uma maneira mais ampla. E, a partir daí, não vai estar mais sujeita aos ditames do parceiro como um mero apêndice, por medo de perdê-lo ou por carência afetiva. Uma mulher com boa bagagem sabe se valorizar; tem amigas e amigos; sabe se divertir; sabe se orientar na vida... Como um pai de garotas, eu vejo que o melhor presente não é dar segurança, ou um extensivo suporte, mas instruí-las para serem independentes e para se defenderem sozinhas. Claro que não temos respostas para todas as indagações, mas a autovalorização da mulher ainda é a melhor bússola. Por fim, recita um velho ditado que Deus fez a mulher uma Mulher (de verdade), e não uma formiga, para aceitar migalhas, ou para se frustrar com pequenas falhas, tais como celulites, ou ainda, com detalhes desnecessários, mas para focar o todo: A mulher como uma entidade física, sentimental e espiritual. Desse modo, não teremos uma mulher, mas uma Mulheraça...