SIMBIOSE

(Crónica de um não acontecimento)

Ele alimentava-se de caos e cousas antigas que geram arte; ela adorava escutá-lo falar:

"A ordem mata, dá o jeito definitivo:

O ACABOU !!!! Até nova turbulência

para a vida gerar, criar algo novo"

Ela queria concordar mas suas mãos foram treinadas ao longo das vidas e sempre terminavam arrumando as prateleiras dele...

Hoje encontrou um poema sepultado sob um calendário ainda no embrulho original. No próprio plástico condenou a morte àquele ano antigo, aquele ano no que se terão registado as cousas não acontecidas; como se fosse no país das Maravilhas de Alicia... O poema era dedicado a ela, ele não o reconheceu, e ela chorou, chorou por ela e por ele...