A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA

A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA

São seis. Quatro cinzentos, de cabeças pretas. Um totalmente branco e o outro preto e branco.

Comem migalhas de alguma coisa que alguém jogou ali. Brigam pela pouca comida. Cada qual quer um quinhão maior, e se são migalhas, acabam por brigarem pelo alimento.

Parece que os dois diferentes formam um casal, pois não brigam entre si; e se afastam dos outros para evitarem as rusgas. O totalmente branco de certa forma até que protege o(a) preto e branco.

Os cinzentos de cabeças pretas travam batalhas ferrenhas: um contra um, dois contra dois; e até três contra um.

Do outro lado da rua, coincidentemente, estão mais seis. Diferentes entre si nas cores: um totalmente preto, coisa rara nesta espécie; um cinza de cabeça totalmente branca; um pintado de preto e branco; um branco de asas cinza e cabeça preta; um sujo, de cor indefinida; e o último quase azul, de cabeça de um lado branca e do outro preta.

Também lutam, com menor intensidade, por comida. Alguém colocou para eles restos de arroz e macarrão, com abundância, o que os fazem menos beligerantes, mas ainda assim brigões.

O sujinho parece que está com uma perna quebrada, pois pula numa perna só de um lado para outro.

A primeira revoada, que brigava por migalhas, agora se juntou onde está o alimento farto.

Há encrenca. Brigas generalizadas. Menos aqueles dois que parecem formar um casal. Os dois se separam dos outros, para um lado; vê-se que até trocam carícias.

São pombos correios na luta pela sobrevivência na cidade.

Aleixenko
Enviado por Aleixenko em 05/04/2013
Código do texto: T4224558
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