Os mais fortes nem sempre terão vez.

Desde quando a humanidade ainda engatinhava, perdeu-se a conta de quantas vezes a sua sobrevivência esteve na ponta da faca.

Talvez tenha sido por causa de alguns arrependimentos do Criador, diante da constatação de que errara no feito, desafinara no enredo e fizera algumas bobagens na tentativa de povoar esta terra com seres que merecessem viver nessas bandas.

E, como bem sabemos, a fúria do dono do show não é bolinho.

Quando decide por abaixar as cortinas, não economiza nas águas, nas pestes e nas tragédias.

Apesar de ter todo direito de detonar a sua criação quando bem entender, a criação também tem seus trunfos para combater e resistir à ira divina.

Afinal, são anos e anos de experiência sendo dizimada quando menos esperava, que até acabou por desenvolver uma couraça, armadura que até zomba dos artefatos celestes.

E como a porrada de cima quando vem, vem pra valer, algumas espécies encontraram uma forma para ficarem imunes aos ataques do Criador.

E, pasmem, a coisa deu certo.

Não adiantava ser mais rápido, mais forte ou mais eficiente nas fugas.

Também de nada valia se esconder ou fingir de morto.

A única forma para sobreviver era até uma coisa simples: ser capaz de de adaptar às mudanças, sejam elas quais forem.

Podia mudar o tempo, o chão, a paisagem, os cheiros, enfim, ocorresse o que ocorresse, alguns seres conseguiam entender rapidamente que mudou a regra do jogo e que, a partir daquele momento, precisariam bailar ouvindo nova cantoria.

Enquanto a maioria dos seres, inclusive aqueles de suposto QI avantajado. ficavam perdidos que nem baratas-tontas, outros conseguiam tirar de letra os novos códigos e assim deixariam de somar-se às estatísticas dos dizimados do dia.

Essa estratégia até parece coisa simples, banal, mas não é.

Ter alma de camaleão é o que nos fará sair do sufoco, quando tudo teimar em nos espizinhar, destroçando os nossos rincões de esperança até ficarem à míngua.

Isso exige, também, atrelarmos às nossas decisões pitadas generosas de humildade, que nos permitirão ver as nossas fragilidades e infinitos pontos fracos que tentam se passar por agigantadas criaturas.

Pra concluir, vem agora a revelação de quem fez uso desta artimanha pra conseguir sobreviver aos dias, meses, anos, séculos e milênios.

Quem conseguiu dar uma rasteira em todos inimigos com maestria exemplar e está aí, vivo e forte, pra quem quiser ver.

E que deve ter deixado Deus fulo da vida, driblando os seus ataques morticidas com a gjnga digna de um campeão.

Aconteça o que acontecer, as baratas sempre darão a volta por cima.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 10/04/2013
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