Emburrecimento Populacional [século XXI]
[Escreve, escreve, escreve, rabisca, rabisca, rabisca e joga fora.
Sem pausa, intermitente, fatigado, agora pensativo]
Tem-se demonstrado um aumento nos índices de burrice humana, talvez tolice, pois burrice é até um apelido a tal então ignorância inorgânica por parte dessa comunidade de mamíferos que se denomina homens, seres animados [ou não] quer sejam amigos quer sejam inimigos, tanto faz.
Há de se notar a veracidade do anseio que esse mundaréu de criaturas tem aclamado. Bem, se tratando do objeto quadrado, hoje fino e podendo ser plasmático ou ‘lcdático’ ou até de sei lá o que, parasitam nestes supracitados, programações de péssima qualidade [procura-se um adjetivo pior que péssima] que se hospedam de forma quase que padrão na mente dos telespectadores quer seja do horário nobre televisivo quer não.
[Pensa, pensa, rabisca mais um pouco, joga-se fora um toucinho de papel e
Regressa finalmente à escritura, rache]
Não irei apropinquar-se daquele clichê que é a “realitização” que uma penca de emissoras de televisão vem criando. Muitas caem nos braços do povo, estacionando-as nas maiores posições dos ‘rankings’ nacionais e algumas vezes, internacionais; outras sucumbem e nunca mais dão as caras. Essa “burrização nacional” pode ser entendida da seguinte forma: Um vírus entra na célula de um hospedeiro já meio debilitado, consome quase que por completo seu material genético [isto é, aquele gene da inteligência vai para o espaço] e causa danos que parecem irreversíveis até o momento em que esse vírus [televisivo] vaza da telinha. Costumo acreditar que a cada programa malfazejo que as pessoas assistem os vírus então, deixam um minúsculo rastro nelas para que outros, ao se inserirem e se apoderarem das “células”, não precisem de muito esforço nem tamanho trabalho mental.
[daí entra meu apelo singelo. Por favor, leitor, pelo menos ouça-o.]
Deixemos claro às maledicências que essas emissoras diversas querem nos transmitir e aceitemos as vossas burrices, acometidas por um longo processo fronte a televisão e, assim, talvez, cessar esse hábito de querer “emburrecer”, pois uma vez que um “emburrece”, o país “emburrece”.
[final do monólogo]