AINDA EM TEMPOS DE BEIJO
Ysolda Cabral
Hoje não acordei com o canto dos passarinhos. Acordei com a música ''Love Story'' assobiada bem debaixo de minha janela. Pensei, quem será? - Será ele? Aquele apaixonado ele, o qual não se contém e sai por aí cantando o amor de qualquer jeito.
Sorrindo, dei um pulo da cama, abri a janela. Não havia ninguém.
Será que foi sonho? Será que um assobio de sonho me acordou?
Triste e decepcionada voltei pra cama. Estava muito cedo pra começar o dia. Sem conseguir mais dormir, comecei a divagar... Lembrei mamãe. Ela, além de cantar e tocar bandolim muito bem, assobiava lindamente e de maneira providencial. Pelo menos foi para mim numa ocasião bem significativa.
Mocinha e já namorando, ansiava pelo primeiro beijo. Entretanto, o meu namoro se limitava às reuniões da família no terraço de casa, em finais de semana, ocasião em que, costumávamos competir – eu e papai – pra ver quem de nós dois, compunha a música mais bonita da noite. Claro que ele sempre levava a melhor. Eu só pensava um jeito de ficar sozinha com meu namorado!
Rosa e Hermógenes, vizinhos recém casados, mais amigos meus que de papai e mamãe, com uma dó danada da gente, certa feita; aproveitando que o Juiz de Direito de Caruaru, Dr. Plácido de Souza e sua esposa Odete, amigos de meus pais, principalmente, do meu avô, estavam presentes no ‘'' Recital Velas''; resolveram sair mais cedo, convidando a mim e ao meu namorado para irmos com eles até sua residência - duas casas depois da nossa - para ver o álbum de casamento, o qual ficara pronto.
Meus pais pegos de surpresa, na presença do ilustre casal de magistrados, não tiveram tempo de nada e num minutinho me vi no lindo jardim de rosas, da casa de Rosa e Hermógenes, pela primeira vez, sozinha com o meu lindo namorado, depois de quase um ano de namoro. - Que emoção!
Senti o seu olhar, o seu amor, o seu carinho. Pensei, é agora! Meu Deus do Céu! É agora o momento tão esperado.
Neste exato instante, quando sua boca foi se aproximando da minha; escutamos a canção ''Carolina,'' do Chico Buarque de Holanda, em assobio, bem no ouvido da gente.
Paramos... Depois de um milésimo de segundo o qual, me pareceu uma eternidade, escutei mamãe falar:
- Ysolda! Já pra casa.
Sorrindo, dei um pulo da cama, abri a janela. Não havia ninguém.
Será que foi sonho? Será que um assobio de sonho me acordou?
Triste e decepcionada voltei pra cama. Estava muito cedo pra começar o dia. Sem conseguir mais dormir, comecei a divagar... Lembrei mamãe. Ela, além de cantar e tocar bandolim muito bem, assobiava lindamente e de maneira providencial. Pelo menos foi para mim numa ocasião bem significativa.
Mocinha e já namorando, ansiava pelo primeiro beijo. Entretanto, o meu namoro se limitava às reuniões da família no terraço de casa, em finais de semana, ocasião em que, costumávamos competir – eu e papai – pra ver quem de nós dois, compunha a música mais bonita da noite. Claro que ele sempre levava a melhor. Eu só pensava um jeito de ficar sozinha com meu namorado!
Rosa e Hermógenes, vizinhos recém casados, mais amigos meus que de papai e mamãe, com uma dó danada da gente, certa feita; aproveitando que o Juiz de Direito de Caruaru, Dr. Plácido de Souza e sua esposa Odete, amigos de meus pais, principalmente, do meu avô, estavam presentes no ‘'' Recital Velas''; resolveram sair mais cedo, convidando a mim e ao meu namorado para irmos com eles até sua residência - duas casas depois da nossa - para ver o álbum de casamento, o qual ficara pronto.
Meus pais pegos de surpresa, na presença do ilustre casal de magistrados, não tiveram tempo de nada e num minutinho me vi no lindo jardim de rosas, da casa de Rosa e Hermógenes, pela primeira vez, sozinha com o meu lindo namorado, depois de quase um ano de namoro. - Que emoção!
Senti o seu olhar, o seu amor, o seu carinho. Pensei, é agora! Meu Deus do Céu! É agora o momento tão esperado.
Neste exato instante, quando sua boca foi se aproximando da minha; escutamos a canção ''Carolina,'' do Chico Buarque de Holanda, em assobio, bem no ouvido da gente.
Paramos... Depois de um milésimo de segundo o qual, me pareceu uma eternidade, escutei mamãe falar:
- Ysolda! Já pra casa.