ENQUANTO O RECANTO FOR DAS LETRAS


Enquanto o Recanto for das Letras, nele manterei minha escrivaninha. Meus versos constituirão meu espaço poético e minha sala de visitas será o ponto de encontro para uma boa prosa.

Este é o meu propósito como assinante desde 2008, reiterado a cada renovação na qual espero que o site cumpra o fim a que se destina. Aberto democraticamente ao imenso e variado público, a inviabilidade do controle põe em risco a razão principal: literatura. Isto tem motivado discussões e desentendimentos entre usuários, nem sempre com o necessário suporte do Recanto das Letras. A falta de controle na classificação da produção textual degenera a criação eivada de modismos nas mais surpreendentes denominações. Este é o problema qualitativo de um site que, mesmo com justa razão democrática dando espaço a profissionais, amadores e simpatizantes, não deve afastar-se do que lhe deu causa: as letras como proposição à literatura.

Outro problema, não menos complexo e preocupante, é a relação autor/leitor via comentários, algo que é opcional, e, além disso, faculta ao autor a restrição, moderação ou bloqueio. Ora, para cada condição dessas há uma situação ou necessidade específica. O site já previu, assistindo o usuário, esses mínimos recursos de segurança.

Quando iniciei no Recanto das Letras publicava meus textos assinando meu nome completo e mantinha ativa a opção contato. Depois, as inconveniências foram surgindo e chegaram a tal ponto que, tentando delas escapar, agreguei um pseudônimo ao meu nome. E mesmo com a opção contato desativada, vez por outra recebo mensagens provocativas, prova incontestável do quanto é insegura a internet, especialmente o e-mail.

Com base nessas experiências desagradáveis, constrangido, precavi-me contra novos abusos moderando o recebimento dos comentários. Isto é desagradável, eu sei; mas é a medida cautelar de que dispõe quem se sente importunado. Bloquear, aí já é uma situação extrema decorrente de uma motivação gravíssima ou na hipótese comprovadamente possível de um equívoco ao clicar uma das tais opções de preferência.

Mesmo assim, há quem utilize a própria página para atingir a outrem. Veladamente, usando ridículos clichês; explicitamente, associando à pobreza do texto grotescas imagens. Longe de qualquer chavão vicioso, acrescento ao que do Evangelho cito:


"A boca fala do que o coração está cheio". Ao escrever, a mão desenha o reto ou o torto pensamento.

Verifiquei recentemente que havia “bloqueado” pessoas. E ao mesmo tempo constatei que estou bloqueado por alguns. Não questionei ninguém. Isto jamais será objeto para eu buscar uma justificativa por parte de quem, proposital ou equivocadamente, tenha me bloqueado. Não atrairia para mim este tipo de atenção. Se alguém conscientemente cometeu tal ato, fez-se igualmente merecedor da minha indiferença.

Há alguns meses, em meio a uma turbulência que me rendeu e ainda rende textos provocativos, recebi um e-mail comunicando-me que circulava entre os usuários do Recanto das Letras uma solicitação para que não lessem nem comentassem os meus textos. Não me perturbei com esse fuxico nem com a autoria dele, tampouco com a possível perda de leitores
. Se alguém prestou-se a tal obediência, melhor mesmo ficar ao lado de quem o orientou. Reúnam-se no mesmo antro. Eu não corro atrás de IBOPE nem disputo o ranking dos mais lidos. Não tenho tempo para postar todos os dias nem fico de olho na quantidade de comentários. Preocupo-me com a qualidade do que leio e, principalmente, com a dos que publico. Gosto do Recanto das Letras e nele vejo pessoas com muito talento. Mas não dependo do site para viver e ser feliz, nem dele faço consultório sentimental ou laboratório de autoajuda. O mundo aqui fora me atrai, realiza-me e me relaciona também. Não busco amor, nem sexo, nem amizade. Meu interesse é literatura, enquanto o Recanto for das Letras.
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LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 17/04/2013
Reeditado em 23/04/2013
Código do texto: T4245200
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