Juízos de importância: matemática ou arte?

Outro dia ouvi um comentário de uma gestora de educação que matemática é mais importante que arte. Dado comentário mexeu qualquer coisa dentro de mim, cá dentro e me deixou inquieto porque mesmo querendo direito de resposta me foi negado, como é negado tantas coisas na vida da gente...

Gente, como posso pensar na formação do cidadão, do ser e sua existência sem o devido respeito ao lado criador do sujeito - a divina arte?

Não sei julgar valores, não aprendi na vida dizer com exatidão o que é mais importante na vida, se as coisas exatas ou se a falta de exatidão que gera sensibilidade criadora e, se é sensibilidade criadora, não seria exata?

Sei que a ARTE é a parte do ser que o faz sorrir, que o faz chorar, que traz o riso, que modula o choro, que permeia o vazio existente entre o ato de ser gente e a permissão de se conceber criador de situações diversas, sem pedir auxílio a Platão nem a Aristóteles.

Os grandes nomes da história tiveram seus nomes escritos na arte:literária, plástica, cênica, musical... A vida foi gerada num ato de divinização artística! Como, pois, dizer que um conhecimento é mais importante que o outro?

Talvez eu saiba: a vida é número, não é? O ser humano é construído para somar, somar e somar nesse mundo capital...

Tal ideia me deixou com insônia, me fez pensar e refletir e daí uma série de imagens me veio a mente: mortes, crimes, violência, droga, mazelas socias, massificação da ética e da moral arroladas a meios de produção que priorizam o lucro, frutos da matemática financeira desenfreada!!!

Tal ideia me deixou com insônia, me fez pensar e refletir nas controvérsias da vida: enquanto a educação investe num programa chamado de Mais educação, promovendo nas escolas atividades de dança, teatro, música, pintura... atividades artísticas para melhorar o rendimento escolar, temos de ouvir comentários absurdos? "Matemática mais importante que arte?" Pasmem!!!

Prefiro mesmo pensar na soma que permite o diálogo: a arte necessita da matemática; a matemática necessita da arte, ambas se interrelacionam numa perfeita combinação, sem juízos de valor que tornem as coisas tão díspares.