NÃO QUERO SERMÃO, QUERO UM POEMA

Não quero pregar um sermão, quero pregar uma crônica. Quero pregar uma prosa poética ou talvez um conto fantástico, mas não um sermão.

Um sermão tem, normalmente, uma introdução, três pontos e uma conclusão. Uma estrutura formal e um rito padrão. Sou cronista, romancista e poeta. Preciso de liberdade para pensar, escrever e falar. Quem me vocacional pastor sabia disso, os teólogos não.

Quero conversar. Minha pregação é uma prosa, mas não sei bem onde começa, não tem três pontos, e não posso fechar uma conclusão. Espero que cada um que me ouvir faça a sua, mas que também não feche a questão.

Permitam-me confundir, relativizar, zoar as metáforas, trollar as palavras, sair dos trilhos. Quero pregar Off Road. Não sou carcereiro das ideias e o Crucificado que prego, já saiu da cruz faz tempo.

Não sou um pregador, sou um conversador, um contador de histórias. Muita eloquência muito me enlouquece, muita retórica muito me retorce, por isso nunca me peça para começar do começo, deixe-me começar de qualquer ponto, depois a gente junta tudo e dá certo no final. I hope.

E que o bate-papo seja bom, edificante, divertido e confortador.