O "TIO" NA MOTO

Em 1903, em Milwaukee, no estado de Wisconsin, Estados Unidos, Arthur Davidson,escultor, e William S. Harley, desenhista, resolveram instalar um motor num quadro de bicicleta, com a intenção de se locomover mais rápida e comodamente nas subidas. Ole Evinrude, um motorista, se associou aos trabalhos.

Até hoje, as motos Harley-Davidson são utilizadas por criaturas cheias de estilo.

Não gosto de motos. Faço três comentários sobre motos, não compre, se livre da que tens, se te oferecerem carona, agradeça e gentileza e não vá. A princípio, o motociclista é um suicida que não quer saber a hora da morte. Em Porto Alegre, em 2012, o número de feridos em acidentes envolvendo motos chegou a cinco por cento do tamanho da frota.

Numa empresa que conheço e utiliza motoboys, vinte e três, dos cinquenta motoboys que a empresa possui, se acidentaram recentemente.

Os acidentes de trânsito são uma calamidade nacional. Culpa-se o motorista pelos eventos quando na realidade as estradas são péssimas, a fiscalização, dever do Estado, é inexpressiva, a sinalização é precária e os veículos que usamos completamente inseguros. Motos então, já deveriam ser vendidas com seguro de vida incluído no preço.

Sempre associo os admiradores das motos Harley-Davidson a indivíduos mais velhos, de forma que dia desses, ao parar num semáforo, imagino ter encontrado um “tio” motoqueiro. Se equilibrando entre os carros, fazendo manobras nada aconselháveis, passou à frente, cheio de estilo, o proprietário de uma Harley-Davidson. Fui logo observando:

- Esses caras não se deram conta que o tempo passou, continuam fazendo coisas de guri.

- Eu gosto, disse minha filha, de quatorze anos, que estava ao lado, são diferentes e o barulho da moto é interessante.

- Uns “véinhos”, querendo passar por jovens, insisti, não se deram conta que “Woodstok”, o festival dos hippies e da contracultura, foi coisa do final dos anos 60. Um comentário que não passa de uma bobagem de minha parte, mas considerando que qualquer moto é algo desprezível para os meus conceitos, foi.

O tempo de abrir o sinal não foi longo, de forma que os comentários não foram muitos durante o diálogo. Mas quando abriu e o motociclista se foi, a jovem observou:

- Vai lá, vovô!