Eu gosto do meu Cristo! Ele é diferente do cristianismo.

“Lev Nikolayevich Tolstói (1828 – 1910), um dos maiores mestres da Literatura russa e genuíno pensador, cujos ensaios sobre a Arte, Política e Religião, certamente, são valiosíssimas contribuições para os debates filosóficos sobre as idiossincrasias da sociedade moderna. Suas críticas ao establishment cristão em todas as suas vertentes (catolicismo, ortodoxia e protestantismo) favorecem um reflexão radical sobre o sentido da verdadeira vida cristã para além de toda institucionalização eclesiástica e suas inerentes falsificações teológicas no decorrer das eras: “Por mais estranho que possa parecer, cada igreja, como Igreja, sempre foi e não poderá de ser uma instituição, não só alheia, mas até diretamente oposta à doutrina de Cristo.” Não foi sem motivo que Voltaire a chamou de infame. A grande pecadora profetizada no Apocalipse joanino. A História da Igreja é a História das maiores crueldades que o mundo já presenciou...”

Jesus não veio fundar nenhuma religião e nem tão pouco reformar aquela ja estabelecida. Jesus seria um ser areligioso. Entendendo a religião como forma de dominação do mais fraco pelo mais forte. Entendendo a religião como aquela que se oferece como alienadora da vida. Entendendo-a como a coisa opiante, narcotizante...entendendo a religião como religiosidade doentia e psicologicamente desfigurante e deformadora da personalidade humana. Entendendo a religião como aquilo que torna os seres humanos inumanos. Que prega a coisa antitética ao sermão e a homilia de Cristo. Sendo assim, a religião, ou o segmento religioso cristão ou judaico era e sempre foi contraditório a própria personalidade de Jesus. Melhor, digo, Jesus era um "contra-senso" ao establishment da época. A razão da existencialidade, da encarnação divinal na pessoa do Cristo é em todos os sentidos a desrazão da religião. A religião sempre se alicerçou nos dógmas, na ortodoxia, nas verdades insofismáveis, nas teofanizações mercadológicas, nos dízimos, oferendas, na exclusão dos errantes, na não aceitabilidade do próximo, mesmo que diferente ou até inimigo, no sacrifício do corpo e da mente. Tais características não se encontram e não se percebem na proposta de Cristo. Veja a "Mulher adúltera"; "Zaqueu"; "A mulher siro-fenícia" "A parábola do Bom Samaritano"...isto era um banquete para as reuniões farisaicas dos fariseus, levitas e publicanos. Então ao pensar o mover religioso judaico e cristão pela via única e simples da religiosidade, vejo um Cristo totalmente distanciado; e mais, sem a mínima preocupação de realizar um ajuntamento de corpos em um determinado local ja predeterminado pela lógica do humanismo, do hedonismo, do utilitarismo, narcisismo, capitalismo...e outros ismos....

Se Jesus for "cristão"...não gosto mais dele!

Moisés de Oliveira...

filoliveira
Enviado por filoliveira em 25/05/2013
Reeditado em 19/05/2014
Código do texto: T4308058
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