30 de Maio 2013 . A noite em que morri.

Sim. Eu morri.

Afinal meu coração parou de bater, minha respiração desapareceu e meu corpo ficou gelado.

Morri.

Acho que não tenho alma.

Se tenho, a coitada morreu comigo.

Não vi a luz, não ouviu sinfonias.

Apenas o silêncio. Mortal.

Apenas a escuridão.

Aos 46 minutos do segundo tempo.

Todos os meus sonhos estavam sendo desfeitos.

41 anos sem uma grande conquista.

34 anos sem entender porque meu time tão guerreiro, sempre deixa escapar a glória nos minutos finais.

Não podia suportar mais. Morri.

Se estivesse no estádio teria subido as escadas rumo á casa.

Se estivesse em um bar, sairia sem pagar a conta em busca de abrigo.

Mas estava em casa.

Diante da Tv.

Uma imagem linda. Em alta definição retratava a facada mexicana que acabaria com tudo.

Mudei de canal.

Tudo parou. Não via mais nada.

Estava morto.

O radinho!

O fone ainda permanecia em meu ouvido.

Eu não ouvia nada.

Apenas o silêncio e sequer sentia a dor.

Não estava em paz.

Apenas morto.

Um Som surgiu:

- Vitoooooooooooooor. Era a voz do caixa.

Eu votava a vida.

Mais louco e apaixonado que nunca.

A ave mitológica no século 21 não é a Fênix.

É O GALO.