Fins trágicos para casamentos

Muitos casamentos têm fins trágicos, tristes mesmo.Não se está falando dos que terminam em assassinatos, mas dos que vão morrendo devagar, afogados em humilhações, rancores e disputas mesquinhas. Temos visto muitos enlaces nos quais os cônjuges vivem a se digladiar verbalmente, agredindo-se, fazendo-se cobranças indevidas e humilhando um ao outro. Não é raro vermos os dois jogando na cara um do outro o que perderam, aquilo de que tiveram que abrir mão.

Em certos casamentos, o marido e a mulher parecem estar numa eterna competição, onde um tem que mostrar ao outro que é o melhor, o mais inteligente, o que faz mais pela casa, que esquece de si mesmo. E nós chegamos a nos perguntar: alguma vez, eles realmente se amaram? Sim, fazemo-nos este tipo de indagação porque é difícil demais acreditar que tenha havido amor entre duas pessoas que mostram o tempo todo que não se suportam e não conseguem viver juntas.

O que foi que fez com que se casassem? De que forma elas se viam antes do casamento? Como passaram a se ver? Será que tinham uma visão muito idealizada da vida a dois? Com demasiada frequência, tem-se uma visão romantizada do casamento, e as pessoas casam sem parecer se dar conta de que uma vida a dois envolve passar a conviver com os conflitos e problemas um do outro, conhecer seus defeitos, enfrentar juntos as tempestades da vida. Consequentemente, um pode ver que o outro não é aquilo que imaginava e passar a desprezá-lo.

Nós, que observamos isso, temos medo de nos casarmos e terminarmos levando essas existências desgastantes e desprovidas de alegrias que tornam nossas vidas mais prazerosas e enriquecedoras. Porém, casar-se é um risco, um desafio. Quem quer casar, tem que assumir o risco de se desiludir. Ninguém está livre de casar desconhecendo a pessoa com quem irá ao altar ou de descobrir que ambos não conseguem enfrentar juntos e com maturidade os problemas do cotidiano.Casamento é assumir um desafio diário, no qual duas pessoas podem passar a se desprezar e viver se ofendendo reciprocamente ou crescerem no amor e amadurecerem na arte de conviver e se ajudar.