Nó atado. Uma trava me prende, desgosto futuro, presente, passado. Cunha no sapato, pedra de infortúnios mal curados, incompreendidos. Casulo, lugar comum, repositório para as almas humanas mais aflitas. Corredor purgatório ou sina, destino compartilhado, eis a razão angustiante que comboia alguns seres: resolver-se!
Do desprezo irresponsável ao pragmatismo encoivarado, que sanha estressante. Tantos modismos. Queremos ser pobres coitados. Queremos ser fortes, dínamos de força. Os extremos nos cativam.
Suplicante, mas altivo, vivo. Engasgos me alavancam. Se vejo ou imagino enxergar o escape desejado, se uma corda de poço roça-me a cabeça, no escuro, sobrevivo. Gelo, congelo em suas águas profundas, debato-me em desespero, cansado, enquanto pressinto que mais uma de minhas vidas se esvai. Derrapagens me sacolejam o corpo. O caminho não é reto. Os túneis infindáveis e as ansiedades sinuosas tentam me curvar.
São fantasmas, tormentas de tantos oceanos no fim do caminho. Elas me ensinam as lições mais duras, e inesquecíveis. Decerto, por onde navego, raja a brisa desse viver que nunca será preciso.

Aluísio Azevedo Júnior
Enviado por Aluísio Azevedo Júnior em 05/07/2013
Reeditado em 07/07/2013
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