"CASPAS, EU?"

Somente no segundo da Faculdade de Direito adverti uma amiga sobre seu mau hálito. Minha protelação tinha um fundamento: não sabia como ela reagiria e, de todo modo, sempre haveria alguém, da família, do trabalho ou de suas relações de amizade para informá-la.

Ela ficou muito chateada comigo porque, se fosse amiga de verdade, deveria tê-la avisado antes. Mais: como ela era vendedora, o hálito influencia no resultado de suas vendas. Discorreu então sobre situações em que o interlocutor exalava mau hálito. Que horror! Caso de fácil solução: depois de uma visita ao dentista exalava ela frescor e saúde.

Outro dia, uma ex-estagiária foi ao Fórum, servir de preposta em uma audiência. Lá estava ela: linda, bem vestida, bem penteada e... com caspas. Lembrando-me do exemplo da velha amiga, fiz a observação, não sem antes me desculpar, caso fosse inconveniente. Agradecida, ela prendeu os belos cabelos negros no alto da cabeça.

Penso agora em ocasiões em que o meu olho borra, quando lacrimeja por se irritar com a intensidade da luz do sol. Ao invés da linda figura que pretendo passar, aparece a alvejada por um murro certeiro. Não há ninguém para apontar o defeito da maquiagem. Assim, deixo à mão um espelhinho, para consultar em caso de dúvida.

Sigo meu caminho. Se houver alguma observação de relevo a ser feita, farei. Há uma, em especial, que discretamente dirijo às mulheres com quem cruzo, tenha ou não maior afinidade com ela e que se resume ao passar do dedo indicador frente aos dentes: "Limpe o batom!"

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Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.