UM BARCO FRACO
(Eliana Pontes)
Um barco de papel amassado
perdeu todos os seus vincos
e não mais flutua.
O pequeno barco de papel
largou seu espírito na água.
Quando o amassaram
não deu para responder;
fizeram-no pesado e logo afundou.
Seu cérebro foi espremido
no meio da mão escura.
O barco jogado no chão
ainda tentou andar, mas não tem pernas,
abacou preso entre os tripulantes.
Suas velas estragaram como num acidente
em que os homens quebram as suas costelas.
Ainda bem que inventaram
esparadrapos humanos
que servem para refazer e reformar
barquinhos de papel...
(Eliana Pontes)
Um barco de papel amassado
perdeu todos os seus vincos
e não mais flutua.
O pequeno barco de papel
largou seu espírito na água.
Quando o amassaram
não deu para responder;
fizeram-no pesado e logo afundou.
Seu cérebro foi espremido
no meio da mão escura.
O barco jogado no chão
ainda tentou andar, mas não tem pernas,
abacou preso entre os tripulantes.
Suas velas estragaram como num acidente
em que os homens quebram as suas costelas.
Ainda bem que inventaram
esparadrapos humanos
que servem para refazer e reformar
barquinhos de papel...