Passeio pela vinte e cinco

Quem conhece e passou, não se assusta, mas quem vê não tem coragem.

Tem camelôs, ambulantes, vendem de tudo, é só andar um pouquinho e escuta aquele apito estridente que fala bem alto “ Ai titia, o titia, tiiiitiiiiiiiaaaaaaaaaaaa”, tem barraca de meia, calcinha de cueca, de cd pirata, de brinquedos, de tênis, de pomada, de sotien de silicone, chapinha, secador, cd, gravador, tem até cortador de cabelo, tem côco gelado, tem fatias de abacaxi, tem café na xícara de plástico, tem empurra empurra, olha o rapa, corre, pega o pano, embrulha tudo, se esconde.

Já passou, arruma de novo, pronto doutor, pode olhar não paga nada, mas também não leva, muito humor, é assim todo dia, dia de sol, de chuva.

Tem sacolas, sacolinhas, sacoleiras, tem turismo, tem comércio, tem perfume, óculos modelos exclusivos e dão até cartão de garantia, com nº da frente da loja e tudo mais, quase um mapa.

Vai andando tem Pagé, tem som pra carro, tem tênis com marca, parece igual, ummmmmmm, tem relógio, e mais óculos, pode escolher, olha aqui este é especial a lente tem vbx, nossa essas letras não conheço, elas dão proteção total a retina, mesmo nos dias mais ensolarados, parece até doutor, sabem de tudo, pra que serve.

Mais um pouco a coisa chique, até a Ana Maria se rendeu aos sabores variados, aos pastéis de bacalhau, e o famoso sanduíche de mortadela, nossa quanta, eles afirmam quase meio quilo, nossa não vou agüentar, é muito grande.

E os sucos naturais, de açaí, e a tigela pequena de açaí com granola, quase meia hora pra comer tudo, só se não comeu antes o sanduíche de mortadela.

Os vinhos, bebidas importadas, chocolates, amendoins joãopones, de cebola, de alho, de cebolinha, alho desidratado, nossa quanta coisa.

E as carnes nomes e cortes diferentes, e o bacalhau, as frutas, quanta coisa bonita, é lá se foi duas horas.

A parte de cima é mais chique ainda, pra sentar pra um simples chopp, quanto tempo que até passou a vontade, e no Brasileirinho, o Baião de dois dá quase pra três.

Muita gente, muita gente, tem artista, tem empresário, tem os que passeiam, os que vão pra comer, os que vão pra fazer entrega, êta mercadão.

Ai meu Deus, tenho que andar tudo de volta, andando e vendo tudo de novo, vai chegando a ladeira pra Sé, mais camelôs, vendo ouro, é logo ali, olha aqui seu moço, direto da fábrica, ufa enfim a catedral, muito grande cada pilar precisa de três pelo menos pra abraçar dando as mãos.

Agora momento de paz, tranqüilidade, oração.

Quem conhece e passou, não se assusta, mas quem vê não tem coragem

Roberto F Storti
Enviado por Roberto F Storti em 06/04/2007
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