passaros%2Bsol.bmp

HAPPY HOUR DOS PASSARINHOS
Ysolda Cabral


 
 
Não é tão somente amigos, colegas de trabalho e casais de namorados que gostam de um “Happy Hour.” Passarinhos também. A diferença é que o deles começa mais cedo. Creio que por que o dia para eles também começa assim. Sempre fico curiosa a respeito desse acontecimento e juro por Deus, mortinha de curiosidade.  Normalmente eu peco pela falta de curiosidade, mas em relação ao respectivo evento sou curiosa em demasia, a ponto de parar qualquer coisa que esteja fazendo para escutar o burburinho do alegre encontro, ou reencontro de todos os dias.

O que será que conversam tão alegremente?

- Quem voou mais rápido? Mais alto? Ou pelos lugares mais bonitos?

- Quem fez o recital mais afinado e mais aplaudido?

- Ou, simplesmente agradecem, todos juntos e numa só voz, pelo dia e em seguida  dormem  felizes ao silenciarem?

Interessante que todos chegam ao mesmo tempo em grande algazarra e vão se acomodando em seus lugares.

Uns nas mangueiras, outros nos jambeiros.


Enfim...

Como será que eles sabem ser aquele o seu lugar?

E por que quando chove não aparecem?

Terão outro lugar? Outra pousada? Outra casa? Outro canto?

Ah, como eu gostaria de ser passarinho, nem que fosse apenas por um único Por de Sol!

Enquanto esse dia não chega, fico feliz de poder estar novamente aqui pra cantar o meu canto desafinado, quando triste e engraçado quando alegre. Contudo, sempre verdadeiro posto que, canto sempre o que canta a minha alma, mesmo que esse canto não sirva para nada ou, ainda, nem seja entendido ou escutado.

Será que minha alma é passarinho?