A alça do caixão

Outro dia, participei por acaso de algo transcedental, tive que ajudar no translado de uma urna funerária do carro para o local onde seria velado o corpo, uns 10 metros no máximo.

A morte sempre me deixou intrigado, principalmente no translado do corpo, carregar o caixão é melancolico, psicodélico, estranho.

Aquele caixão estava pesado, mas não era um peso material, mas um peso emocional que cortava minh´alma, uma ânsia, algo estranho percorria as entranhas do meu cortex em busca de respostas. Respostas sem questões. Aqueles poucos metros pareceram uma eternidade, muitas vezes pisei no vazio das questões.

É um vazio dilacerante, sensação de inutilidade sem limites. Nada pode ser feito, há não ser carregar e nada mais.

Goianésia, 27 de julho de 2013

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 31/07/2013
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