MENINA ARTEIRA

LÁ ESTAVA ela novamente. Ela aparecia quando menos se esperava, e quando isso acontecia era preciso dar vazão, deixar acontecer, caso contrário um sentimento de decepção misturado com frustração a tomava, deixando brotar no olhar uma profunda lacuna que acompanhava a rigidez dos lábios sem brilho e sem vida. Ela era atraída pela arte. Todas as formas possíveis de arte a encantavam e a vida tornava-se fresca, leve e saborosa. Ela é como um sopro de vida acompanhado por um pulsar da alma, ora transbordava em forma de poesia, ora em pinceladas harmoniosas. Algumas vezes, a menina brigava com a razão, pois precisava mais do coração para deixar fluir a emoção, e razão e emoção nem sempre andam juntas. Em cada pincelada estava dissolvido pequenos traços dessa menina arteira.

Venha menina! Vibre o meu coração com cores quentes e me acalme com os tons frios de uma manhã de inverno. Nunca perca o encantamento pelas miudezas da vida e mantenha a minha memória fresca para que eu possa transportar para as palavras a tarefa de registrar a minha existência.

Venha sem cerimônia! Para que não morra em mim o brilho, a esperança e o sonhar por um mundo melhor!

Leila Bomfim
Enviado por Leila Bomfim em 03/08/2013
Reeditado em 03/08/2013
Código do texto: T4417892
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