SARCASMO OU POLÍTICA?

Makinleymenino

Agosto 2013

(Crônica)

Há vinte anos atrás quando estudava o segundo grau, tive um professor metódico que ensinava na sala de aula redação técnica, possuía um emprego público e agregava outras funções como a de professor de português. Dizia que a população estava impregnada de sarcasmo, ligada à ironia com um intuito mordaz quase cruel vestidos de cinismo e humor negro. Também, como uma figura de estilo utilizada nas artes orais e escritas da literatura e oratória. Fyodor Dostoyevsky definiu o uso deste recurso estilístico como o último refúgio dos modestos e virtuosos quando a privacidade das almas são invadidas pelo vulgar e o intrusivo.

Não é nada trágico ler o jornal, ser informado da política, cotação do dólar, saber como vai ser o tempo durante o dia aqui, ali ou acolá. Mas é fatídico ver o ser humano obsecado por notícias de morte, acidentes e todo tipo de desgraças do próximo como as paginas policiais que ofuscam a razão da mente humana a procura da sua obstinação adormecida de homem fera.

Certa vez perguntei-lhe o que era política, caso precisasse elaborar uma redação com esse tema e como deveria abordar palavra tão cientificamente forte, quanto polêmica. Entre as acepções básicas da política, como substantivo ou adjetivo, ou suas definições e teorias significantes clássicas e modernas dos maiores pensadores do mundo até os dias de hoje o professor respondeu-me: “E o que é política? Quem sabe fazer política?” Foi irônico, falou da política com sarcasmo, continuou... "É uma palavra de definições sem sentido comum, vago e tanto impreciso". Eu logo pensei que política era uma merda mesmo, em que você estando num barco na ventania e alto mar sente dor de barriga e o único lugar pra defecar sem ninguém ver-lhe é no teto da embarcação. Entretanto, com tantos ventos e balanço no momento crítico essa lata com a merda vai ao mar e quase é levado junto para o fundo do obscuro oceano.

Falando em massa, vendo todo esse povo nas ruas do nosso país e insatisfeitos, chego à conclusão que entre o erudito e a conceituação moderna nunca saímos do sarcasmo ou da lata de merda. Que os meios de obtenção de vantagens não são maiores que o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados quanto à arte de conquistar, manter e exercer o poder dado em teoria por Nicolau Maquiavel.

A política é como um elemento químico fora da tabela periódica, não se consegue trabalhabilidade, não reage para a coletividade e objetivos, escapole a razão dos cursos e processos sendo incompatível a ação e objeto. Não se consegue conviver com política, ou os políticos, esta relatividade e impugnação foi bem definida pelo gênio Einstein que teoriza a duração do tempo para dois observadores que se deslocam um em relação ao outro e a descrição do curso dos processos dependem do estado de movimento dos instrumentos de medição, em relação ao objeto.

Ou seja, na política essa contingência ou possibilidade de que algo aconteça se realize ou não é pura filosofia e só acontece quando as cabeças rolam cortadas pela guilhotina em uma luta sangrenta encoberta por meio de um pano branco. Enfim, será que isso que é política? Ou, meramente disfarçada é sarcasmo?

MakinleyMenino
Enviado por MakinleyMenino em 09/08/2013
Reeditado em 05/10/2013
Código do texto: T4426021
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