Reflexão sobre uma guerra

"Este é o meu país - disse - O Iraque é o meu país. Os norteamericanos não devem mandar nele"

Ao ler 101 Dias em Bagdá, de Asne Seirstard , encontrei-me, outra vez perplexa e

assustada, diante da ambição e estupidez humana. Isto já me ocorrera ao ler

Crime ou genocídio na guerra conta o Vietnã, de Sartre, ainda na adolescência. É claro que esta guerra tão longe e ao mesmo tempo tão próxima, mexeu nos nossos sentimentos e mais ainda no nosso imaginário.

Percorrendo ruas, entrevistando pessoas comuns, solicitando autorizações para visitas e visto de permanência, essa jovem jornalista nos mostra um mundo de medo e incerteza, vivido pelos iraquianos em véspera de guerra. Enquanto uns confiavam em Saddam , outros, aqueles que foram vítimas dos desmandos e crueldade do ditador, esperam , ainda que temerosos à libertação, através dos norteamericanos. No entanto ao explodir a guerra perceberam que o sonho de liberdade se transformou num sangrento pesadelo.

Ao terminar o livro senti um enorme desconforto, por ver que o mundo assistiu de forma passiva, a invasão de um país, de forma arbitraria e prepotente, pelo EUA, sob o aval da Inglaterra e principalmente, desrespeitando a ONU.

Para pensar

. depois da primeira guerra mundial, Inglaterra e França, redesenham o mapa do oriente médio, conforme seus próprios interesses.

. tentando diminizar estes acordos a Inglaterra cria a Transjordania e o Iraque.

. o Iraque torna-se independente em 1932. Apesar disso a política do país sempre foi marcada pela instabilidade.

. país com fronteiras criadas por ingleses e que com isso engloba povos de diferentes nacionalidades e religiões, como curdos e armênios.

. entre 1953 e 1958 foi governado pelo rei Faiçal II, que substituído por Oasim, depois de um golpe militar.

. Oasim decretou leis restringindo os lucros da multinacional Iraq Petroleum Company.

Oasim, foi assassinado em 1963, por um golpe militar organizado, ao que parece

pela Cia, com a participação de Saddam Hussein.

. Saddan Hussein, chegando ao poder passou a ter um discurso nacionalista e laico, contrario aos interesses dos EUA.

Desculpas para invasão:

. possibilidade do Iraque, possuir armas de destruição em massa.

. ligações com grupos terroristas.

Porém até o momento, nada foi comprovado. Com isso o discurso mudou:

. O Iraque foi invadido para que a democracia fosse exercida no país.

Verdades

De 1981 a 2001 os EUA vendiam armas ao Iraque.

Com o fim da guerra a maior parte dos contratos de reconstrução, é de empresas americanas.

. até março de 2007, as hostilidades continuam, através de resistência ou terrorismo, que atacam as chamadas forças de ocupação.

Para não esquecer.

Foram contabilizadas 140000 mortos, entre civis e militares.

Fome, morte e destruição na terra prometida. (terra de Abraão).