Infinito enquanto dure
Meu olhar fotografou aquela noite da qual ele dormia em minha cama, sossegado. A iluminação alaranjada da rua invadia o quarto escuro pela janela, e eu, sentada na beira da cama, observava a paz de meu amado como um bebê numa noite cheia de sonhos.
Enquanto afagava-lhe a mão, pouco a pouco ele foi abrindo os olhos, sem conseguir dizer nada, apenas me abraçou e me fez rodopiar para cair deitada à seu lado, e a partir desse momento, já senti sua falta.
Nossos corpos se entrelaçavam e nossos olhares estavam fixados, dançando uma música de amor. Cada molécula de meu corpo se unia as dele, cada toque que atrevíamo-nos a dar, era muito bem guardado, sabíamos que logo toda aquela magia acabaria, e sabe-se lá quando voltaríamos a sentir isso; aquele amor nos corpos, o carinho no toque, a paixão no olhar... O ápice da alegria circulava em nossas veias.
Tudo era leve e pairava um cheiro de pureza no ar, de sinceridade. Ele se afastou e me observou durante um tempo, colocou seu tronco em cima do meu apoiando o antebraço direito na cama, me observou uma vez mais e disse “Eu amo você”. E naquele momento, soube que independente do que acontecesse, dali em diante, eu o amaria.