Tia Zita era uma mulher espirituosa e muito simpática. De tudo fazia brincadeira. Chegava ao trabalho sempre atrasada. A cada dia inventava uma história para o chefe.
- Dona Zita, qual é a sua desculpa de hoje? - Ihhhhhh, doutor Tomas, o senhor não vai acreditar, mas eu perdi a hora e fiquei a manhã toda procu-rando-a.
- Conta outra, dona Zita, essa a senhora já usou na semana passada.
- Então vou lhe contar a verdade. Essa foi só pra o senhor descontrair. Eu tive que fazer um parto de gêmeos, da minha vizinha. Ela estava esperando só para a semana próxima, mas os guris resolveram sair antes, acho que para assistirem ao jogo do Flamengo. Ela estava sozinha e, quando me viu saindo, pediu socorro. O senhor acha que eu ia deixá-la parir sozinha? Dei uma ajuda até a ambu-lância chegar. Quando os médicos chegaram os guris já estavam deitadinhos ao lado da mãe. Só não cortei o cordão umbilical porque não encontrei uma tesoura, mas os meninos estão bem e são umas gracinhas. Agora me diga: o senhor não ajudaria essa pobre mãe?
Dr. Tomas sempre caía nas histórias dela, embora soubesse que eram pura imaginação de tia Zita. O que a prendia no emprego era a sua simpatia e eficiência no trabalho. O lema dela era: eu faço, na metade do dia, o que as outras levam o dia inteiro para fazer. Para quê vou chegar cedo?

NOTA: A vizinha de tia Zita tem 92 anos.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 28/08/2013
Reeditado em 04/02/2014
Código do texto: T4455766
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