Sem via de regra!

Com boas e raras exceções a vida de cabeleireiro por via de regra é complicada, uns se enroscam nos penteados femininos e outros se enrolam nos cabelos pubianos masculinos, a ponto de um deles desejar ser preso para cair nos braços e na extensão de um namorado conquistado na cadeia de Sorocaba, São Paulo, e para isso tentou roubar a bolsa, sacola e saia de uma bonita jovem, que desapercebidamente o confundiu como “tarado”. Disse ele (ou ela?) que cometeu o ato criminoso só para voltar a ser trancado na jaula e não importava do bicho lhe comer.

Até alguns dias Cléberson do Rosário, que adora ser chamado só pelo sobrenome, havia ficado detido em uma cadeira de Sorocaba, São Paulo, por delitos leves, atrás das grades nas madrugadas escuras namorou um outro preso. Após ser libertado foi à delegacia e pediu aos investigadores que o prendessem novamente porque estava com saudades do namorado. Por não ter cometido nenhum delito Rosário não poderia legalmente preso novamente. Ele, então, atacou e tentou roubar uma jovem e foi preso em flagrante. Pelo menos conseguiu o que desejava; voltar ao colo do bem amado.

Essas extravagâncias amorosas em certo tempo só aconteciam (ou só eram noticiadas) entre os sexos opostos, mas mesmo que a quase toda sociedade aceite o casamento entre gays, ainda a susto e o hilário no ato de Rosário, afinal que graça tem namorar em um chão frio, sob testemunho geral daquela nação carcerária? A mim me parece que o amor requer um pouco mais; um lençol limpo, um colchão macio, uma ducha antes e depois. Além do silencio da solidão a dois!

Claro que se uma pessoa que se ama vá para uma cadeia o amor vai junto!

Agora enroscado até os cabelos, uma vez que voltou a prisão por reincidência, o cabeleireiro pode até estar curtindo o namorado, mas somente antes do momento em que saiam da cadeia. Quem acredita que um presidiário temporariamente impedido de ver e ter as mulheres vá realmente se apaixonar por alguém que conheceu no ambiente carcerário? Pode até ser, mas muito difícil! É assim; por via de regra o homem deve se apaixonar por mulheres, mas quando um nascido homem não se apaixona pela via de regra o que dá é isso!

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(*) Seu Pedro é jornalista Pedro Diedrichs,

editor do jornal Vanguarda, Guanambi, Bahia, seupedro@micks.com.br