Macacos me mordam!!!

Há livros que são abençoados, e livros que são questionados. E há os que se enquadram nas duas categorias, como, por exemplo, a "Origem das Espécies" de Charles Darwin.

Sendo obra de um único indivíduo, realizada a partir de pacientes e metódicas observações ao longo de vários anos, no início do século XIX, o livro de Charles Darwin teve um grande impacto na ciência do ocidente.

Pela primeira vez se constatava a evolução das espécies em função de sua adequação a variações no meio-ambiente. E, também pela primeira vez uma obra científica lançava dúvidas consistentes sobre a Gênesis, como descrita na Bíblia.

Combatido por muitos o livro resistiu e ajudou a construir a consciência que hoje possuímos sobre a real possibilidade de que a ação humana feita de modo não-controlado e irracional pode, de fato, extinguir várias espécies animais e vegetais, mediante a acelerada alteração do meio-ambiente que não permite a adaptação das espécies e que virá a colocar em risco a própria existência dos homens no futuro.

E, enfim, o próprio papa Bento XVI, segundo notícia veiculada pela televisão escreve um livro em que declara que não se pode explicar forma de vida complexa, como a dos homens, mediante uma simplificação como a descrita na "Origem das Espécies", sendo que tal forma complexa de vida só poderia ter sido engendrada por uma inteligência superior e divina, corroborando a história descrita no Gênesis e a criação do homem adâmico, que já nasceu pronto, acabado e perfeito.

Admitir que o homem foi criado em perfeição corresponde a uma reviravolta no pensamento científico. Se a vida não partiu do simples para o complexo, o caminho foi o inverso: do complexo ao simples, ou seja, não há evolução alguma, mas involução, degeneração, o que pode explicar a coexistência de homens santos e puros, com homens abrutalhados, criminosos, assassinos, torturadores, ditadores, violentos, verdadeiros animais. E, quem sabe, uma simples bactéria não possa ter provindo do homem, da involução de uma das suas células? E os vírus, seriam bactérias fragmentadas?

Constata-se, pois, que no mundo da imaginação tudo é possível. Mas, que em matéria de evolução, o que importa, no momento, não é a evolução do homem em termos biológicos, mas em termos sociais. E sobre isso a Bíblia não fala.