EGALITE...EGALITE...EGALITE...EGALITE!!!

A igualdade existe, na foram da lei, escrita, registrada, atada. Uma espécie de linguagem lírica, poética, não objetiva, permeada no direito e dando a esta ciência possibilidades de questionamentos, interpretações, construção de sentido individualizado.

Citada nos autos, poderia existir de fato e de direito, não somente como paradigma de sustentação discursiva arbitrária, mas como fator primordial para a construção de uma sociedade pautada no respeito, na dignidade e no acalanto de corpos segregados, mudos, expostos a atos de violência.

Entendida como fundamento primordial para a existência do ser, poderia ser melhor compreendida e utilizada no meio social, tendo em vista a impossibilidade de civilidade sem o conceito desta atuando nos interesses coletivos, como direito fundamental e inviolável.

E que direito é esse que não traz ao cidadão segurança? Quantas mulheres vitimadas diariamente por companheiros, familiares, cidadão comum, sendo desrespeitadas em atitudes de posicionamento, defesa de ideias, tomadas de consciência ou mesmo emancipação, por fatores diversos: fim de relacionamento, orientação sexual livre, quebra de estigmas, pensamentos diversos, mudanças de atitudes, contrassenso, defesa de opinião...Motivos que as tornam vitimadas, segregadas em suas igualdades de direito de dizer, de sentir e de pensar.

Não muito distante, também, a condição do sexo masculino. O homem não tem direito de pensar na condição de ser homem na sociedade contemporânea, é obrigado a aceitar os conceitos já preestabelecidos de outrora, daí a perpetuação da espécie predatória, do ser que acredita ter sido criado para o domínio, para estar acima de tudo e todos, no estabelecimento das regras e ordenamento de conduta.

A repressão da igualdade reflete no respeito a diversidade de comportamento social: O cidadão não pode ser senhor de suas escolhas, isso faz com que outros se achem violados, daí a falta de entendimento, de compreensão e de imposição de certas atitudes acertadas ao longo da história por uma questão de convivência, mas nada que as mudanças ocasionadas, nos novos tempos, não possam sofrer alteração. O cidadão não pode ser senhor de suas escolhas, os conceitos parecem ser perpétuos e o modelo de homem e de mulher deve ser o de anos atrás, sem mudanças, sem quebra de paradigmas, sem ousadia ou fazer com que o outro se perceba diferente e mais uma vez com o conflito da igualdade de direito, que igualdade de direito é essa que te torna pervertido quando se pensar em bem estar para si ou para um coletivo. A fata de legitimidade ao que está escrito, ou mesmo a múltipla compreensão ao termo, torna a igualdade desigual, distante do ideal de respeito que se almeja para se viver em uma sociedade de todos e para todos. Dizer somente que se é igual perante a lei, mesmo que por meio de direito fundamentais, não condiz com uma realidade assistida pelo desencontro, desconforto e falta de vez e voz a quem dela necessita para se gritar a sua existência.

Necessário que, além de linguagem lírica, poética e não objetiva, a igualdade seja uma realidade objetivada em direito, dever, respeito, justiça e dignidade.

(Marcus Vinicius - Pensando Direito)