Cuidado com a tristeza.

Cuidado com a tristeza. Ela pode viciar. E falo sério. Conheci pessoas assim.

A tristeza chegou se alojou, e o coração foi triste um dia, depois outro, depois outro e quando se deu conta, não amou, não errou e não se permitiu, não sonhou, não viveu.

E tornou-se doente.

Ainda mais que atualmente, existe uma falsa ideologia de alegria por aí... Compras, carros, mulheres, sexo, sucesso, fama, dinheiro. Pra mim não. A alegria pra mim está em ter forças diariamente para acordar, e viver. Está em deitar, pôr os pés pra cima sem nenhuma pressa de ler um bom livro, ouvir aquela música deliciosa que me faz viajar e essa alegria ninguém pode roubar, ela também não precisa ser comprada.

Quando eu estou triste tendo a calcular a minha tristeza como a maior e a mais profunda do mundo.

Se me sinto triste quando sou caluniada, ou quando alguém me fere com palavras, quando perco o amor da minha vida, quando recebo uma má notícia, ou quando percebo que o mês vai ser muito longo pro meu salário é até normal, mas daí se essa tristeza se tornar assídua eu procuro urgentemente uma ajuda.

Eu posso ficar ligeiramente triste, chorar, e me rasgar por dentro. Mas eu coloquei limites. Só posso ser triste um litro, pra garrafa não esborrar.

Por isso, um dia desses, eu tratei de expulsar qualquer resquício de uma possível tristeza permanente se instaurar aqui comigo. Mandei-a embora, com a única mala que ela trouxe.

Patricia Naia
Enviado por Patricia Naia em 26/09/2013
Reeditado em 26/09/2013
Código do texto: T4499916
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.