Tragédia de Natal

Dezesseis horas e vinte do dia Vinte e cinco de dezembro de setenta e nove, um dia de festas e comemorações, mas na vida de nossa família, um pesadelo, uma enorme catástrofe acabara de acontecer. Meus irmãos faleceram vítimas de acidente automobilístico, estavam com meus padrinhos e meus primos. E apenas os dois faleceram. O caminhão, mais conhecido como 3/4 perdeu o freio e voltou, não sendo possível para-lo, provocando assim o acidente.

Meu pai na época era caminhoneiro e estava no estado do Pará, minha mãe fez questão de esperá-lo. Localizaram-no através das rádios, pois na época era um dos mais rápidos meios de comunicação.

Não sou capaz de descrever aqueles momentos, pois somava apenas três anos e meio de vida, mas tenho em minha mente lembranças esparsas, por várias décadas os Natais foram expurgados de nossas vidas. Claro, sempre tínhamos presentes de Natal. Em 1981 meu irmão entrou em nossas vidas para alegrar e dar outro sentido em vidas tão nubladas pelo sofrimento. No ano de 1985 mudamos para uma fazenda, onde meu Pai seria gerente e assim começou outra etapa de nossas vidas.

Nunca fomos os mesmos, aquela tragédia sempre marcou profundamente o coração de uma família católica e cheia de fé, Deus nunca nos desamparou, mas o fio da tristeza estava sempre ali, dentro de cada um.

Seria a morte uma reflexão para a vida? Perdemos muitas pessoas boas em nossa família, tios, tias, minha avozinha e alguns grandes amigos, mas sempre fica a mente a perca de meus irmãos, gostaria de ter mais lembranças deles.

Goianésia, 26 de julho de 2013

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 01/10/2013
Reeditado em 24/12/2015
Código do texto: T4507026
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