O COMPADRE, O DINHEIRO E A BOTINA PRETA.

O COMPADRE, O DINHEIRO E A BOTINA PRETA.

Certo dia fui passear na casa do compadre. Ele já estava entrado em abris. Ele era de dragão e sua fiel companheira de peixe. O compadre tinha uma fazenda em Itambacuri/MG e seu finado pai se chamava Francisco. Sua esposa se chamava Estela. Seu primogênito e filho único Wagner. O compadre já tinha neto fazendo faculdade em Teófilo Otoni/MG.

Ele era o motorista do neto. Queixou-se, ele, a mim de que a situação não era boa. Muito sol, pouca chuva e capim seco.

Então lhe disse: compadre, Deus vai mandar a chuva. Espere passar a festa de 2 de Agosto. Ele falou e disse: é compadre só Deus e os pernilongos. Concordei.

Aí ele disse-me: compadre, sabia que já estou cansado. Veja bem, semana passada guardei um dinheiro. Pouco mas guardei aqui em casa. Já o procurei e nada de achá-lo.

Então, depois do churrasco, nos aprontamos para o retorno às origens. Nisso o rapaz achegou-se, falou e disse: Vô, está aqui sua botina preta.

E o compadre sentou-se para calçar a botina. Enfiou o pé direito e assustou-se e virando-se para nós falou: gente, tem bicho dentro da ¨bota¨. O neto assim falou: vô, deixe-me ver. Ato contínuo enfiou a mão direita nela, depois de a sacudir três vezes.

E feliz da vida disse ao vovô:

- Aqui está o dinheiro!

Rimos de montão e acabou o assunto, depois de ele deixar-nos no terminal rodoviario da cidade. Tomamos o ônibus para Governador Valadares/MG.

Eita compadre Fausto.

F I M.