CEMITÉRIO

Deitado em minha cama, olhando para o teto, sob a luz tênue do abajur, fico pensando, relembrando acontecimentos do passado, minhas alegrias, minhas tristezas, problemas solucionados, coisas que marcaram a minha vida, desde a infância, até hoje.

Tenho em meu cérebro um cemitério de lembranças, e todas elas como almas penadas, investem sobre meus pensamentos, minha vida, meu dia a dia.

São como larvas que corroem os pensamentos, que vem como lembranças boas, outras más, tomando conta de cada espaço, de cada pequena fresta que se abre no meu dia a dia.

Cemitério de lembranças, engavetadas em pequenas repartições, como gavetas de um grande arquivo, que pula como pipoca em óleo quente.

Lembranças que preenche o meu o presente, e que com certeza farão parte do meu futuro.

Mulheres... Filhos... Acontecimentos... Trabalho... Estudos... Dificuldades... Dores... risos....choros, tudo arquivado em sarcófagos de neurônios dentro de um involucro de carne e osso.

Minha cabeça é um cemitério de lembranças, que só se apagarão quando tudo estiver coberto por sete palmos de terra, dai sim, em um CEMITÉRIO de verdade.