A "perseguida"!!!

Ambulatório de um certo Hospital do Rio Grande do Sul: Lá está o estagiário de Psicologia, depois de quase seis horas de atendimento. Entra a cliente: Humilde, olhos baixos, vestida de modo simples, uma menina ainda. Com uma “pose” de quase profissional, caneta e bloco de anotações á postos, o estagiário começa a entrevista com a clássica pergunta: - Em que posso ajuda-la? Instala-se um pesado e angustiante silêncio no ambiente... Depois de algum tempo, vem a resposta: - Msdxrtrfgtr....nbfkcmfj perseguida, Doutor! Tá sempre meklm,mbutyvooerkde 78jh... a perseguida!. Aí me mandaram vir aqui e e eu vim. Epa, matuta o estagiário: parece ser algum tipo de delírio persecutório, com traços paranóides... Paranóia? Esquizofrenia paranóide? - Sente-se perseguida? Quem lhe persegue? E como acontece esta perseguição? - “Seu Doutor, é mbkkhlçv ekgjve deoiuytgbg verti ijggfhreytt, de mnvhfyrdk de morte. – De Marte? Um homem do Planêta Marte? Quer dizer que ele vem de Marte? É verde? – Sei não, doutor, mcjfuirgtfrkdmygh, de nkjjfutf é meio mulato... Isto está ficando interessante, pensa o quase Psicólogo, enquanto rabisca furiosamente as suas anotações. Homens que a perseguem, vindos do planeta Marte e meio mulatos... Está me parecendo que temos aqui um delírio persecutório, provavelmente algum sintoma de psicose, talvez uma psicose esquizofrênica... Mexendo furiosamente na sua barbicha a “la Freud”, quase inexistente e rabiscando incessantemente as suas anotações, pensa: Puxa vida, tinha que acontecer comigo! Em vez um guri desses que mijam na cama, me aparece este caroço aí. O supervisor vai me matar... - E sobre este homem de Marte que a Sra. fala, vamos saber mais um pouco sobre ele, minha senhora? - pkhjgmgbfgrt.md, o mulatijfhtyrncfgk fkchfhtivimmjhfgrúva a gente se diverte mmckdmmm na jfurtytcama mmfhry”””! è vkjjfg a perseguida. – Homem verde? Na cama? Se divertem? – Senhora, tente falar mais claro e mais devagar. Não estou conseguindo entender bem o que está acontecendo. Primeiro vamos tentar esclarecer o que está havendo e depois vamos pensar se não seria melhor um encaminhamento para a psiquiatria. A Sra. fica lá no Hospital algum tempo, descansa e o homem verde de Marte que lhe persegue na cama vai embora, está bem? - Enfermeira, a ficha da Sra. ...... Entra a enfermeira: - Ué, o que ela está fazendo aqui? Tinha que ir lá pra ginecologia! -- Ginecologia?. Como é que veio parar aqui? Acho bom a gente esclarecer o assunto. – Enfermeira, dá aqui a ficha. E lá na ficha consta que a moça sofre de dores vaginais, devendo efetuar exame ginecológico sem demora. - Deve ser um engano qualquer... Voltando á paciente, resolve esclarecer o assunto: - Vamos começar tudo de novo, certo? Em que posso ajudá-la? Fale bem devagar para que eu entenda, está bem? Quem sabe possamos entender o que é que os marcianos estão fazendo e o que isso tem a ver com exame ginecológico e comigo, certo? - Tá bem, Doutor. È que tenho uma dor aqui em baixo, no meio das pernas, vê? Aqui ó, na perseguida, na perereca, me dói quando eu e o mulato vamos fazer sacanagem na cama. É que ele tá sempre querendo a minha perseguida. O mulato é impossível! Sei não desta coisa do planeta Marte, mas acho que o pinto dele não é verde. Vou ter que olhar direito... Que merda, pensa o estagiário... Tinha que ser comigo..... Devia ter feito vestibular prá arquitetura ou contabilidade... – Enfermeira, o próximo...