Próxima parada: Estação do tempo

Em plena noite fria... O cenário era perfeito para acompanhar a chuva da janela do quarto. Fiquei observando os passos de algumas pessoas que corriam em busca de um abrigo para esconder-se da chuva. Do sexto andar todos pareciam formiguinhas pra lá e pra cá... A chuva, e principalmente à noite, sempre me trouxera antigas lembranças, mas nada de tristezas ou qualquer sentimento de extrema melancolia, apenas lembranças gostosas de ter. Em volume moderado eu escutava uma música relaxante, e o clima estava realmente muito agradável para escrever um pouco mais.

Lembrei dos tempos de escola, as brincadeiras entre os amigos, como é ter a sensação de ser a novidade da turma, a diversidade de amizades, a turma das meninas mais vaidosas do 2º ano, o famoso grupinho “pop star- a música não pode faltar”, sem esquecer, é claro, as histórias amorosas que acontecem pelos corredores da escola, sem dúvida todos esses fatos dariam para criar uma coluna especial em qualquer projeto de jornal estudantil, aposto que teria muitos leitores.

Mergulhando um pouco mais no túnel do tempo fui direto para aquele momento onde se deseja sair com os amigos e, por conveniência, acaba-se ignorando o fato de ainda ser menor de idade e que por esse e outros motivos é preciso ter hora marcada para chegar em casa, do contrário, sempre haverá uma DR (Discutir Relação) com o pai ou a mãe logo na entrada. O interessante é que depois da bronca a risada, às escondidas no quarto, era certa. Na hora do acontecido tudo é muito chato, todos terminam aborrecidos, mas depois tudo isso se soma as lembranças hilárias de uma fase divertida. Depois dessa “viagem” acabei rindo sozinha com meus pensamentos, e foi então que veio sobre mim uma nuvem de saudade.

Olhar o passado pode ser pouco interessante para muita gente, para outras pessoas é a possibilidade de uma viagem revigorante. Depois de um tempo, a tendência é mudar e “amadurecer” para uma nova etapa da vida, sobretudo, as diversas responsabilidades ao assumir a condição de “ser adulto” nos ensina que a vida é cheia de novidades, algumas excelentes outras nem tanto, mas tudo isso faz parte.

A mudança e o amadurecimento que o tempo nos propõe também tende a mudar nossos caminhos, nossa forma de enxergar a vida. A juventude é uma fase maravilhosa, onde nossos corações estão totalmente preenchidos por um desejo de liberdade que se reflete em cada um de nós cada vez mais cedo e de acordo com a personalidade de cada um. No tempo certo é essa idéia de liberdade que nos confrontará com a realidade. Quando estamos mergulhados em nossa juventude criamos em nosso íntimo um mundo de sonhos, e são esses sonhos que nos impulsionam a lutar pela vida sem mesmo conhecê-la de verdade...

Ao completar dezoito anos pensava que tudo seria mais fácil, essa era idéia que eu fazia da vida, a seqüência lógica era simples assim: adquirir um trabalho, mesmo sem nunca ter trabalhado antes, adquirir uma casa, sem mesmo ter a noção do quanto valia ou do quanto pode ser desafiador mantê-la, e ainda ter a liberdade de fazer o que desse na cabeça. Hoje, doze anos depois vi que a vida não foi e nem é tão fácil assim. Meu primeiro emprego foi conquistado com muito sacrifício e doses extras de paciência, é natural passar por poucas e boas, quanto a casa, a verdade é que a casa dos meus pais sempre foi o meu lar doce lar, agora quanto a idéia de fazer o que der na cabeça, é importante não esquecer o bom senso...

Mística
Enviado por Mística em 13/10/2013
Código do texto: T4523465
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