Manhã febril

Hoje a manhã raiou um tanto febril.

Provavelmente um misto do que ultimamente virou habito no boca dos médicos, menos atenciosos, o dia amanheceu virótico. A eles, este nome descreve algo que não foi suficientemente investigado, e com a facilidade dos que dizem na entrelinha: não lhe interessa saber exatamente o que você tem, exames? nem pensar. É virose e pronto, aguardemos. E esta pseudo habilidade de ser superior ignoram nossa dúvida.

Mas como eu sou prolixa! Nada do que eu queria falar tem a ver com médicos! mas sim com a sensação deste dia, que de virose, apenas tem a variação, a ambiguidade, a dúvida.

Uma saudade juntamente ao carinho pelo aniversário de meu professor de pintura, que muito amo e que hoje já pinta com os querubins, ou quem sabe com os mais loucos surrealistas que lá no céu ou seja lá onde for, o esperavam por certo. Saudade da voz dele!

A irritação abstrata e sem cabimento com São Pedro, que parece espreitar-me com relação a piscina, toda vez que eu a limpo, aspiro, coloco cloro e me preparo para usa-la, ele decide lavar o céu e jogar de lá toda sorte de tipos de gotas, e o choque do azul com a chuva o faz esverdear não necessariamente hoje, mas muito em breve, mas a isto, nada posso fazer. São sensações e sentimentos sem controle qualquer.

Ah! Márcia, deixa de graça! e lá existem assuntos controláveis?

Existem sim, será? talvez.

Hoje ouvindo toda a coletânea de Bon Jovi, que me está accessível, e não é pequena, a mente que mente os tempos, vai e vem, como jangada de pescador, vai e trás...ou vai e volta vazia, meus anzóis andam afiados embora enferrujados.

E como se não bastasse, dia do professor! Claro que é um dia em que eu adoraria ouvir algo do tipo: Brasil finalmente mostra a valorização de sua classe de professores, com aumento de salário, auxilio para cursos de extensão, plano de melhoras ascendentes, exigência absoluta e irrestrita do respeito a estes profissionais, por parte de todos, sob pena de expulsão planetária dos que ousem fazê-lo o oposto.

Mas ainda não ouvi, e isto me deixa cansada. Para ser político, logo, representante nosso, você não precisa de muita coisa, e ganha salários que ultrapassam em muito a linha do aceitável, e nós temos o "direito" de escolhe-los. Para não me alongar mais neste azedume que a nossa política me causa, resumo dizendo: Que saiam de Brasília todos os políticos e que assumam seus cargos, os bons professores deste país!

Os músculos de meus braços doem, a nuca está também tensa, acho que dormi torta, enquanto o corpo se contorcia em aspirais mirabolantes, a mente andou longe, muito longe daqui. Sonhei com muita coisa, mas muitas mesmo e acordei bem embora assim, estranha.

Preparei o café do filho, dei minha benção quando saiu, fiz o meu café da maneira que sempre faço, vi a fumaça que por breve instante se assemelhou a minha fumaça interna, e concluí.

Ha um incêndio! já o detectei, até o vi e senti seu cheiro e as labaredas, mas este é outro assunto. Se a mente adoçar um pouquinho, mais tarde, falo dele.

Bom dia,

Márcia Poesia de Sá - 2013.

Márcia Poesia de Sá
Enviado por Márcia Poesia de Sá em 15/10/2013
Código do texto: T4527175
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