A SAGA DO MAXILAR DE ANDRÉA ERMELIN

A SAGA DO MAXILAR DE ANDRÉA ERMELIN

Muito prazer

Meu nome

É: MAXILAR.

Venho à todos contar a minha história!

A minha dona,

Chamada Andréa

Teve um acidente

E deste acidente gerou uma luxação tempro mandibular.

Uma disfunção ATM dos dois lados direito e esquerdo desta mandíbula que vos fala!

Isto tudo no ano de 1999. Quando eu só tinha 16 anos de existência!!!

Bem, até descobrir isto, passei por mil aventuras.

Passei por otorrinos e descobriram que meus amigos “ouvidos”

Também tinham problemas.

Descobri que o ouvido direito não me ouve nada, é 100% surdinho!!!

Legal, né?!

Daí comecei a visitar os dentistas

E estes não eram muito otimistas

Com exceção da Doutora mais fantástica deste mundo:

OLGA MALIARENKO!!!

Passei por cirurgiões buco-maxílo-faciais loucos:

Que queriam me operar sem ver nada e eu só tinha 16 anos.

O tempo passou e a minha dona Andréa,

Decidiu usar um colar cervical

E uma mentoneira (espécie de elástico que pega as medidas do rosto, com o intuito de me segurar e me aquecer). Era um “número”, quando eu saía nas ruas, algumas pessoas perguntavam a minha dona se eu estava com papeira... Pode?! Pode. Foram nove anos de quedas e deslocamentos mandibulares. Não podia bocejar que eu caía, não podia comer que eu caía, não podia beijar que eu caía, e as dores eram intermináveis. E a cada queda era um pânico maior, porque se não conseguissem me colocar no lugar em 15 segundos eu iria direto para a mesa de cirurgia porque a musculatura esfria. Geralmente quem conseguia me colocar no lugar era a minha dona Andréa!!!! Mas, teve dois dias de pânico que vivi em minha vida, lembro que estava trocando de roupa para dormir, quando de repente, o lado esquerdo estalou e caiu! E minha dona caiu com ele na cama. A cadela Sandy de Andréa pulou com tudo na cama e começou a latir, como se pedisse: Socorro!!! E a minha dona não conseguia falar, só emitir sons, gemidos de dor.

Nesta noite eu maxilar fui iluminado e guiado por anjos que socorreram a mim e a minha mãe, vizinhos de rua que eram dentistas, uma família toda de dentistas, me levou até ao hospital mais próximo da rua. A mãe de Andréa estava em desespero! Como sempre em desespero... rsssssssssss O maxilar demorou a voltar ao lugar, levou injeção na veia (Andréa) e a família de dentistas ficou em estado de choque porque nunca haviam visto algo parecido! Andréa tem enorme gratidão a estas pessoas que ela nem sabe o nome em meio a tanta confusão.

Os anos foram passando, os vestibulares acontecendo, os namoros começando e terminando, Andréa passou em Biblioteconomia na UFBa. E a mentoneira em mim, junto com a pasta de arnica que me esfriava e esquentava o rosto de Andréa.

Os colegas de turma eram muito solidários, inclusive Andréa começou um namoro em 2007 com um garoto muito legal chamado: Murilo Santana. Mas, não sei porque resolveram terminar...Afinal ele se apaixonou por ela, mesmo com mentoneira no rosto. Numa noite de forró!!!!

Só que foi em 2008, que a minha dona passou “o pão que o diabo amassou” e eu também!

Tive um novo deslocamento e graças à Doutora Olga Maliarenko, conseguimos sair do sufoco.

Após ser socorrida por meu primo Ewerton Matos, numa tarde em que minha dona estava falando ao telefone, quando eu caí mais uma vez, rodamos itapoã inteira atrás de um posto que me atendesse e ninguém queria me atender por lá! Só fomos atendidos em Stella Mares, consulta particular, minha dona urrava de dor, eram anestésicos, ela indicava qual era o lado meu que havia se deslocado, a médica fazia força para o lado errado. Um horror!

Vera Mattos (mãe de Andréa), Ewerton e Michele ficaram doidos com a minha demora em voltar para o lugar.

Foi neste dia, após várias rezas para Santo Antônio da minha dona e da mãe dela, ligamos para a Doutora Olga Maliarenko que logo lembrou de um grande amigo dela que era cirurgião-BUCO-MAXÍLO-FACIAL: Doutor ROBERTO AZEVEDO. Marcamos um encontro para o outro dia no Centro Especializado de cirurgias buco maxilo faciais. Quando nos conhecemos, a minha dona, parecia estar enxergando um anjo sorridente na frente dela. A doçura do seu olhar e a calma das suas palavras, invadiram de esperanças o coração de Andréa. Era ELE, O CARA, QUE ME SALVARIA!!!

CHEGOU O TÃO ESPERADO DIA: O DIA DA MINHA CIRURGIA!!! APÓS FAZER TODOS OS EXAMES, ficar em dieta líquida e pastosa, minha dona pesando 55 Kg. Enfrentando depressão e o escambau, a fé e confiança em Deus e no Doutor Roberto Azevedo, fizeram com que eu fosse calmo e tranquilo para o HOSPITAL IRMÃ DULCE. Fui internado no dia 10 de Agosto de 2008 e no dia 11 de Agosto foi marcada a cirurgia para às 10:00h da manhã. Dia de Santa Clara!

A mãe de Andréa (Vera Mattos), não podia dormir no HOSPITAL para me acompanhar porque não era permitido. Foi uma madrugada que Andréa não conseguiu dormir. Com um lenço, echarpe em volta do rosto, fez questão de ajudar as enfermeiras do Hospital Irmã Dulce. Só conseguiu dormir às 5:30h da manhã. Mas, às 6:30h acordaram ela para ela ir tomar banho logo.

Ela estranhou tudo, mas obedeceu à ordem. No meio do banho, a voz do maqueiro: Senhora Andréa, hora da cirurgia!!! Favor apressar seu banho. Ora, eu estava marcado para ser às 10:00h, mas uma criança que seria operada naquele horário das sete, faltou!!! E aí?! O que fazer? A mãe de Andréa não havia chegado ainda, então Andréa tratou de ligar para o primo Ewerton, para comunicar a ele que eu já estava indo para a mesa de cirurgia e para que ele fosse acalmando minha mãe e a mãe de Andréa.

Chegando à sala de cirurgia, após avisar à todos companheiros de quarto, que mame chegaria preocupada e que tratassem ela com carinho, o Doutor Georges Burghrove e a Doutora Fátima (única mulher da equipe), cuidaram de mim e fizeram uma tricotomia (rasparam as laterais dos dois lados do cabelo com lâmina)nos cabelos de Andréa. E me levaram de maca até a sala de cirurgia, na verdade a cirurgia mesmo só começou às 10:00h porque o anestesista demorou de chegar! Eles os médicos mostraram a Andréa as placas e os parafusos de titâneo que eles colocaram nela. Andréa estava tranquila, sorridente e confiante, fez um pedido: Que deixassem na rádio Globo FM porque era o horário do seu primo Ewerton entrar!!! Pedido realizado com sucesso. E Andréa ainda fez mais... rsssssssssssssss. Cantou com o médico doutor roberto Azevedo a música: “Anda com fé eu vou que a fé não costuma a faiá”. Do grande e genial Gilberto gil.

O anestesista chegou e a sua assistente, aplicou o anestésico em Andréa. Pediram para ela contar até três e ela contou, enxergou um clarão e dormiu.

Dez horas depois, Andréa abriu os olhos e quem estava ao seu lado? O Doutor Georges. E o que foi que ele ouviu de primeira da sua paciente preferida, rsssssssssssss: “”Quero fazer xixi!!!” cômico, não é? Eu estava no CTI. Todo enfaixado com gaze. Dezenas de pontos internos e externos dos dois lados de mim.

Ao sair do CTI mame estava em prantos, orando com o terço na mão. Foi um momento muito emocionante. Mesmo dopada eu estava emocionada. Afinal, era um fim de uma luta, para o início de uma nova batalha! A minha recuperação...Quando cheguei em casa, com a ajuda do meu Primo e amigo Ewerton Matos, e mame sempre ao lado, me olhei no espelho. E quando olhei tomei aquele choque inicial, eu e minha dona Andréa estavamos a cara do FOFÃO!!!!

Chorei de desespero, mas mame me ajudou muito e comprou um remedinho que agora não lembro o nome, mas que fez o meu rosto desinchar!!!! Fiquei recolhida durante duas semanas.

Não podia tomar Sol, mas recebi as visitas de dois amigos: Jorge Aleluia e Andrey Gallassy.

E é isto, meus amigos e amigas!!!

A Saga do Maxilar de Andréa Ermelin. Seis anos depois estou aqui para dizer que esta história teve um final feliz, sem príncipe encantado no final. Hoje posso beijar à "doidado" e sorrir à beça!!!!

Andréa Ermelin de Mattos
Enviado por Andréa Ermelin de Mattos em 21/10/2013
Reeditado em 18/01/2015
Código do texto: T4535555
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