Com os Mestres na mesa de bar.

Eu que não dormia há dias, quando finalmente tomado pelo cansaço, fui acolhido por Morfeu, que em seus braços me fez de tolo, brincando comigo em meus próprios sonhos.

Me vejo atravessando um bar com tristeza a me guiar e peço a bebida mais forte que o dinheiro dá pra comprar. Quando o garçom retorna ouso uma voz que vem do canto do balcão me viro e olhando o próprio copo diz:

- Como beber dessa bebida amarga? Tragar a dor? engolir a labuta?

Mesmo calada a boca, resta o peito - Era Chico Buarque.

- Bebo porque sofro.

- Quando chegar o momento cobrara seu sofrimento com juros - ele se vira para o garçom - Mais uma dose pra mim e para meu amigo secreto.

Com o estalar da sinuca outra voz familiar me soa aos ouvidos.

- Mais uma dose? é claro que eu to a fim.

E se juntando ao balcão se encosta Cazuza, com o taco em uma mão e um cigarro na outra, me oferece um e diz:

- Porque o amor é feito bebida: tem que tomar a dose certa.

Viramos os três as doses de uma só vez, começo a ouvir o som do violão seguido do suave Clarinete, nos viramos e sentado junto a banda, um senhor de cabelos grisalhos e óculos escuros começa a declamar seu Samba, e que samba.

"Deixe-me ir, Preciso andar, Vou por aí a procurar, Rir prá não chorar..."

- Salve Cartola.

Me virei e o líder da Legião Urbana pós a mão no meu ombro e disse:

- Relaxa garoto, amar é uma arte mas nem todo mundo é artista.

- Talvez eu é quem tenha pintado o quadro errado, errado rude..

Do lado oposto Humberto Gessinger me fala.

-Te garanto que todos nesse bar se soubesse antes o que sabem agora errariam todos igual.

Ai ficamos la todos, bebendo, jogando e resenhando sobre o amor.

De repente sou puxado de volta ao meu quarto escuro e solitário, o radio ligado baixinho deixando escapar uma voz dizendo:

"O nosso amor a gente inventa"

Mark Diaz
Enviado por Mark Diaz em 24/10/2013
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