Naquela rua, uma saudade!

Naquela rua de chão batido, meus pais, tios e vizinhos passavam boa parte das tardes de fins de semanas sentados em bancos na porta de casa, conversando. O tempo passava devagar, vivíamos uma grande mágica do tempo. A infância era sadia e muito proveitosa. Andávamos de bicicleta e carrinho de rolimã, jogávamos bola e peteca, divertíamos muito.

As chuvas eram constantes, mais que nos dias atuais, esperávamos estiar um pouco e já estávamos jogando bola. As ruas de terra não atrapalhavam nossas brincadeiras. Não havia tamanha violência, e podíamos brincar até tarde da noite na rua sem nada acontecer.

O prédio nem existia, asfalto também não, mas a paz e o companheirismo não faltavam, apesar de alguns desentendimentos, estávamos sempre unidos.

O velho pé de manguba ainda era forte e glorioso, com seus frutos que eclodiam sempre quando alguém acabara de passar. Lembro-me muito bem do dia em que um saudoso amigo caiu de cima desta mesma árvore e ficou um bom tempo mudo, ficamos todos com medo de algo pior, mas foi apenas mais um das suas travessuras.

Algum tempo depois, meus queridos vizinhos mudaram para avenida Goiás, mas eu sempre estava indo na casa deles para brincarmos. Somente algum tempo depois que mudamos para a fazenda e assim não tivemos mais contatos, voltamos para Goianésia anos depois, mas já o encontrei um tanto diferente e infelizmente envolvido com drogas, vindo a falecer em um terrível incidente. E a família toda desestruturada pelas drogas.

Na casa dos pais do André e Orcedino Junior na maioria das tardes andávamos de bicicleta no quintal da casa.

Nos dias de hoje, muita coisa mudou, o asfalto, a tecnologia que tirou as crianças das brincadeiras saudáveis, o velho pé de manguba já não existe mais. E aquela mágica do tempo sumiu.

Goianésia, 28 de outubro de 2013...

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 28/10/2013
Reeditado em 28/10/2013
Código do texto: T4545734
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