O belo e o feio

Quando o belo surgiu o feio nasceu para se contrapor, e tudo ficou claro como a noite iluminada pela lua e ofuscado como nossas vistas quando encontram o brilho extremo do sol.

Somos tão pequenos quanto nossos piores pesadelos e mesmo assim temos a convicção de sermos maiores do que nossos sonhos, o único problema reside no fato de não realizarmos toda nossa mesquinharia espiritual.

Não precisaríamos ter tanto, talvez o tão pouco já fosse mais do que o suficiente para resplandecer de harmonia todas nossas supérfluas futilidades, quem impôs diretamente que um dia tínhamos que ter tudo para sermos felizes? Vocês se lembram?

Quando andamos pelas estreitas calçadas dos nossos pensamentos, sempre somos indagados pela nossa consciência se o caminho que estamos trilhando é o certo, se através destes ventos chegaremos a escol da sociedade.

Quando em um súbito momento a realidade crua e nua é exposta e nossa Pala Atenas demonstra que o fato de tudo ter não nos garante a plenitude de sentimentos, e ainda mais, fica explicito que no momento em que galgamos tantos degraus a ponto de nos acharmos um pouco mais próximo do Olimpo é o momento em que a Têmis vem por em prática o seu maior motivo de ser.

Ninguém pode ter tanto a ponto de ser mais do que o próximo, no fundo todos somos hidrocarbonetos biodegradáveis, e no final certamente viraremos adubo para cultivar as mais belas flores dos campos do esquecimento.

Diego Lapetina
Enviado por Diego Lapetina em 20/04/2007
Reeditado em 20/04/2007
Código do texto: T456591
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