Na luz da lamparina

Vinte e seis de junho de 1984, num frio cortante e por uma estrada poeirenta, percorremos algo por volta de 50 quilômetros para chegarmos à fazenda onde meu pai tinha sido recém contratado para gerenciá-la.

Nos últimos 15 quilômetros uma mata densa nos acompanhava, parecia uma eternidade, mas chegamos, depois de passar por dentro de dois córregos, já era tarde, não sei precisar o horário. Notei que não havia energia elétrica, muito menos chuveiro e a luz da lamparina, essencial para iluminar nossos passos e ao mesmo tempo aquecer nossas almas ansiosas pelo desconhecido. Para tomarmos banho, tínhamos quer ir ao córrego mais próximo imagine o frio em pleno mês de junho.

Quando chegamos à fazenda, havia duas casas, curral e um grande pomar. Ao entrarmos em uma das casas, havia em um canto uma caixa de guardar roupas, meus pais foram abrir a caixa e para espanto de todos nós, estava cheia de baratas. Todas as noites, nossos sonhos de um futuro melhor estava sendo iluminado pela esperança de dias melhores. Apesar de tantos problemas e dores de cabeça, conseguimos superar aquilo tudo.

Deixei muitas coisas boas para trás, amigos, sonhos, enfim uma vida. Um ano depois, perdi um grande amigo, um primo, vítima de câncer. As mudanças foram enormes, mas necessárias. Alguns anos depois, mudamos para uma casa maior e um pouco mais longe, ficamos bem mais acomodados, permanecemos naquelas terras até o ano de 1990. Onde voltamos para a cidade e novamente tudo mudou.

Goianésia, 10 de novembro de 2013

Aureliano Peixoto
Enviado por Aureliano Peixoto em 18/11/2013
Reeditado em 13/12/2013
Código do texto: T4576000
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